Atualizada às 17h28min Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

Lembra quando você ia para a praia e passava horas selecionando músicas para compor a trilha sonora da viagem? Ou tinha uma fitinha cheia de chororô guardada para quando levasse um pé na bunda? Bom, se você é dessas pessoas, então comemore: modernizadas pelos serviços de streaming, as playlists estão mais vivas do que nunca.

Confira playlists de especialistas em música, gastronomia, fotografia, futebol, cinema e games

– É uma tendência de mercado, sem dúvida – atesta Yasmin Müller, gerente editorial do Deezer, um dos primeiros serviços de streaming a aportar no Brasil. – Nosso foco, que antes era nos lançamentos de disco, mudou para as playlists.

Hoje, o Deezer conta mais de 100 milhões de playlists, criadas tanto pelo próprio serviço quanto pelos usuários. Da sua parte, a empresa foca em dois tipos de listas: por gênero e por tema.

– As de gêneros misturam novidades com clássicos. Já as temáticas vão desde especiais para datas comemorativas, tipo o Dia Internacional da Mulher, até para inspirar o dia e casar com o humor da pessoa – explica Yasmin.

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Uma das primeiras empresas a trabalhar com playlists no Brasil, a gaúcha Superplayer entrou no mercado em 2013 com a proposta de criar a trilha sonora para a vida das pessoas. Para serem ouvidas no navegador ou no celular, algumas das mais interessantes seleções da Superplayer são inspiradas em momentos do dia, como Arrumadinha na Casa, Brigadeiro de Panela, Bebendo no Boteco e Acorda, Vagabundo.

– As pessoas podem não saber que música querem ouvir, mas sabem o que estão fazendo ou sentindo – diz Gustavo Goldschmidt, CEO e cofundador do Superplayer. – Nosso trabalho é prover música para cada um desses momentos.

Consistente, a onda das playlists chegou até o departamento de marketing de grandes empresas. Quem aproveitou com propriedade essa tendência foi a Bananas Music Branding, que há um ano e meio cria identidades musicais para marcas como Youcom e Warner Music.

Atuando nas plataformas Spotify e Rdio, a Bananas investe em listas que tenham alguma relação com seus clientes.

– Algumas marcas vinculam seus produtos a celebridades. Organizamos, então, uma playlist que as pessoas identifiquem como sendo delas – explica Juli Baldi, sócia da Bananas. – A ideia é que a playlist vire uma estação e fidelize o ouvinte, por isto estamos sempre atualizando cada uma delas.

Goldschmidt atribui o sucesso das playlists à falta de tempo das pessoas em organizar suas próprias seleções e em como a música se tornou companheira de outras atividades. Juli segue neste raciocínio:

– É mais interessante uma playlist para trabalhar ouvindo rock do que propriamente uma playlist de rock. É uma curadoria delicada, mas que tem se mostrado eficiente e cada vez mais aceita e procurada.

Monte a sua própria playlist

Invista em Variedade
Para Yasmin Müller, gerente editorial do Deezer, o grande barato é misturar canções confirmadas com novidades:
– Gosto de montar playlists com as músicas de que gosto e coisas novas. Por isso, é sempre bom ficar ligado nos lançamentos.

Explore o momento
Juli Baldi, da Bananas Music Branding, ensina que é possível botar um rap com um rock e conseguir manter o mesmo humor. Sentir a música seria, portanto, mais importante do que se ater a um gênero.
– O que me dá muito prazer é ter o momento para explorar, pegar músicas que tenham o mesmo sentimento – diz.

Fidelize o ouvinte
Dica da Juli para quem quer compartilhar a playlist e ser sucesso: sempre comece a lista com músicas bem conhecidas do público.
– É preciso segurar o ouvinte, senão ele vai ouvir outra coisa. Terminar com alguma música conhecida também é legal, e no meio disso, você pode experimentar mais.

SEGUNDO CADERNO