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Itapema FM  | 04/03/2015 16h57min

Exposição reúne acervo de 700 ferros de passar em museu de Joinville

Quadros e utensílios completam o acervo de mil itens, que conta também com um ferro do século XVII

Luiza Martin  |  luiza.martin@an.com.br

Aposentados das roupas amarrotadas, 700 ferros de passar roupas e mais 300 utensílios passam a contar histórias expostos no segundo andar da Estação da Memória, em Joinville. As portas abrem pela primeira vez nesta-quinta-feira, mas apenas na sexta o museu recebe o público, que poderá ver, de graça, a história passada a seco, a frio, a vapor e à carvão. Os itens de colecionador foram reunidos por Moacir Bogo, em uma mostra considerada única na América Latina.

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— Eu não me atreveria a dizer que é a única. Não sou o único colecionador. Tem coleções maiores do que a minha. Mas, pode pesquisar, não existe nenhuma exposição contextualizada desse tipo — esclareceu Bogo.

Se o tempo histórico se divide em antes e depois de Cristo, quando contada pelos ferros de passar o divisor é o calor. Moacir conta que os amarrotados de antigamente eram esticados a frio, "por fricção". A não ser na China, na Dinastia Han, em que já se recheavam utensílios de ferro com areia quente ou brasa. Apenas no século XIV surgiu o primeiro ferro maciço na Europa.

A peça mais cara do museu custou 350,00 euros, foi comprada na Itália. Trata-se de um ferro a carvão, com aberturas para a saída do vapor somente na lateral direita. "Um ferro para destros", evita que o calor atinja a barriga do passador de roupas.  Se engana quem acha que tem mais valor a peça mais cara. O exemplar do século XVII comprado em um "mercado de pulgas" no México é das peças mais raras e custou apenas 15,00 dólares.

Entre as raridades estão dois ferros que Moacir só encontrou em Joinville. Eles registram o DNA da cidade em marcas em alto relevo no corpo de porcelana, finalizado pela base de metal. O cuidado com os itens raros e com os contemporâneos que formam a coleção - que tem até vaporizadores - é responsabilidade do colecionador. Ele mesmo aprendeu na prática como desenferrujar as peças. As ferro são limpas e recebem calor do maçarico ou do sol, antes de serem cobertas por graxa de sapato. Ela ajuda a impermeabilizar a peça. Mas se o item for de cobre ou bronze, o material mais adequado é o verniz.

Moacir passou 25 anos colecionando ferros de passar. Já chegou a comprar outros itens antigos, como máquinas de escrever e balanças caseiras. Começou a história da coleção arrematando um lote de mais de 30 ferros. E continuou com presentes. Hoje, o colecionador conta a história do utensílio que veio da Índia, comprado das mãos de um passador de roupas que trabalhava no meio da rua. Outra peça exposta é uma obra em óleo sobre tela, de um artista colombiano que pintou dois ferros de passar, símbolos do  próprio casamento. No começo de tudo, o casal tinha duas trouxas de roupas e os dois utensílios que as mantém sempre viçosas.

O que os anos de experiência Para ter uma coleção como a de Bogo, é preciso dominar a arte da compra.

— Você não tem que mostrar interesse pela peça. Do lado tem o que? Um barbeador. Mostre interesse primeiro pelo barbeador — recomendou o comprador de antiguidades.

Ele sabe comprar, limpar e colecionar, mas por ironia do destino admite que não consegue tirar um amarrotado ou traçar um vinco com destreza.

.::Serviço

.::Evento oficial de abertura
Data: 5 de março, quinta-feira
Horário: 17 horas
Local: Estação da Memória, 2º andar

.::Abertura ao público
A partir de 6 de março, sexta-feira
Horários:
De terça a sexta-feira das 9 às 17 horas
Aos sábados, domingos e feriados, das 11 ás 17 horas

A NOTÍCIA
Bia Bittelbrunn / Agencia RBS

Colecionador há 25 anos, Moacir compartilha as peças de seu acervo
Foto:  Bia Bittelbrunn  /  Agencia RBS


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