O processo de extradição do cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado pela Justiça dos Estados Unidos de estuprar uma jovem de 13 anos em 1977, começou nesta quarta-feira, a portas fechadas, na cidade polonesa de Cracóvia.

Os Estados Unidos solicitaram em janeiro a extradição do diretor de 81 anos, que chegou ao tribunal aparentemente sereno, vestido com terno e gravata. Ele não falou à imprensa.

Antes da abertura do julgamento, o juiz responsável, Dariusz Mazur, sinalizou que é pouco provável que uma decisão seja tomada no primeiro dia, mas que a sessão deve ser longa. O magistrado também indicou que os advogados do cineasta haviam pedido na terça-feira a inclusão de documentos de um outro processo de extradição, realizado na Suíça em 2009, nas atas do julgamento. Após o processo de 2009, Polanski foi libertado de sua prisão domiciliar de nove meses.

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Uma porta-voz do tribunal, Beata Gurszczyk, afirmou que "Polanski decidiu testemunhar ante o tribunal".

Segundo a promotoria local, é possível extraditar um cidadão polonês aos Estados Unidos em virtude de um acordo bilateral entre os dois países, embora o crime do qual Polanski é acusado — abuso sexual contra uma menor — já tenha prescrito na Polônia.

Ainda que o tribunal aprove a extradição do cineasta, a decisão final caberá ao ministro da Justiça polonês.

O último pedido de extradição dos Estados Unidos ocorreu meses após uma tentativa de prender Polanski em Varsóvia, para onde havia viajado para a abertura de um museu de história judaica.

Entenda o caso

O diretor de filmes como O Pianista e Chinatown é acusado de estuprar Samantha Geimer em 1977, quando ela tinha 13 anos, após uma sessão fotográfica em Los Angeles. Polanski tinha 43 anos na época.

Na ocasião, Polanski se declarou culpado de assédio sexual contra uma menor, mas conseguiu evitar um julgamento após passar alguns dias na prisão. Fugiu, no entanto, do país no ano seguinte por medo de receber uma dura condenação.

Em 2009, foi detido na Suíça por uma ordem de prisão emitida pelos Estados Unidos, e passou nove meses em prisão domiciliar.

Geimer declarou em mais de uma ocasião ter perdoado Polanski.

*AFP