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Itapema FM  | 24/02/2015 06h31min

Yamandu Costa lança "Tocata à Amizade" e planeja mais discos para 2015

Violonista afirma que está em uma fase prolífica e projeta a maturidade

Fábio Prikladnicki  |  fabio.pri@zerohora.com.br

Yamandu Costa confessa ter ficado assustado com a rapidez com que o recém-lançado Tocata à Amizade (Biscoito Fino) ficou disponível para audição em serviços de música por assinatura (streaming). No dia em que o violonista conversou com a reportagem de ZH, contou ter pesquisado o próprio nome em um aplicativo desse tipo:

– Você bota meu nome, e os últimos lançamentos estão lá. Claro que o CD está perdendo campo, mas não acho que vai acabar. É como um quadro, uma obra que está ali. Vendo muitos CDs em shows, mas temos que nos adaptar ao novo mundo.

Prova da crença na permanência dessa mídia é que ele segue divulgando outros dois trabalhos: Bailongo, com o baixista Guto Wirtti, cujo repertório vai mostrar em uma turnê pelo Rio Grande do Sul em março, e o recente Concerto de Fronteira, com a Orquestra do Estado de Mato Grosso, sob regência de Leandro Carvalho.

Entre seus próximos trabalhos, estão gravações com o também violonista Alessandro Penezzi, com o letrista Paulo César Pinheiro (o próprio Yamandu vai cantar), com o bandolinista Hamilton de Holanda (com quem há havia gravado) e um solo com novas composições para violão. “Dois ou três”, segundo ele, devem sair em 2015. Aos 35 anos completados em 24 de janeiro, Yamandu celebra o tempo presente:

– Estou em uma idade em que se produz muito, chegando na maturidade. Acho que vou estar bacana aos 45, quando estarei com outro padrão de entendimento. Não digo tecnicamente, porque isso a gente vai perdendo, mas no sentido da compreensão das coisas.

Disco celebra reuniões de amigos

Seu mais recente álbum, Tocata à Amizade, é indicativo desta trajetória percorrida. Nele, o virtuosismo individual exibido abundantemente nos primeiros anos de carreira está diluído em uma formação camerística que inclui Alessandro “Bebê” Kramer (acordeom), Rogério Caetano (violão 7 cordas de aço) e Luis Barcelos (bandolim 10 cordas).

O disco abre com Suíte Impressões Brasileiras, composição de Yamandu encomendada para um projeto do Museu do Louvre, em Paris, em 2010, com arranjo de Barcelos. É uma homenagem à diversidade da música nacional, com movimentos alusivos a diferentes regiões: Choro-Tango, Valsa, Frevo-Canção e Baionga (mistura de baião com milonga).

Outras duas faixas de autoria de Yamandu (Negra Bailarina e Boa Viagem) fazem a transição para o repertório de outros compositores. Pedra do Leme é uma obra pouco conhecida de Raphael Rabello (com quem Yamandu foi comparado quando despontou) e Toquinho. Depois, vêm Graúna, de João Pernambuco, e a famosa Suíte Retratos, de Radamés Gnattali, que celebra Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga. Yamandu conta que procurou realizar, no disco, uma homenagem à tradição da música do sudeste brasileiro e ao costume de reunir amigos para tocar e “curtir a vida”:

– Essas músicas são a cara da descontração que existe nas rodas de choro. Esse foi o critério de seleção das composições.

Em junho, ele embarcará para a capital francesa, onde tocará o Concerto para Bandoneon e Violão, de Piazzolla, ao lado do acordeonista francês Richard Galliano, com a Orquestra de Paris.

TOCATA À AMIZADE
De Yamandu Costa
Biscoito Fino, 12 faixas, R$ 29,90 (CD). Também disponível no iTunes (US$ 9,99), Deezer e Spotify

SEGUNDO CADERNO
Isabela Kassow / Divulgação

Yamandu fará turnê pelo Estado em março, para apresentar o repertório de um trabalho anterior, "Bailongo"
Foto:  Isabela Kassow  /  Divulgação


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