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Itapema FM  | 21/02/2015 09h05min

Redes sociais incentivam troca de habilidades por hospedagem

Habilidades servem de "pagamento" para quem quer hospedagem para conhecer o mundo

Hyury Potter  |  hyury.potter@diario.com.br

Há um ditado bastante popular, principalmente para pais de adolescentes, que diz que o trabalho pode levar uma pessoa a qualquer lugar. Algumas pessoas estão levando essa frase ao pé da letra. Elas estão em redes sociais que incentivam a hospedagem de pessoas em troca de habilidades. Cozinhar, atender e até ajudar em projetos sociais podem servir de moeda de troca para conseguir um local para dormir em qualquer parte do mundo. Redes sociais ajudam nesse contanto entre hóspede e anfitrião, que, se bem acertado, pode ser bem vantajoso para as duas partes.

O publicitário paulistano Léo Bosso, 27, trocou o escritório fechado na cidade grande por uma cozinha em qualquer parte do mundo. Foi assim que, após uma viagem para a Europa, ele estudou gastronomia e hoje troca os dotes culinários por um colchão, de preferência perto do mar. De dezembro até o próximo dia 25, Florianópolis é a casa dele, que conta as vantagens do acordo.

— Através de amigos e de uma rede social, entrei em contato com um hostel na Barra da Lagoa. Vou ficar quase três meses e a troca de experiência é muito boa. A culinária conecta as pessoas e aqui posso conversar com gente do mundo inteiro através do meu trabalho - conta Léo.

Ele usou a rede social Worldpackers, que tem menos de um ano de existência, para conseguir a hospedagem no hostel. Antes de vir, tudo foi bem negociado: do tempo e condições de trabalho ao tempo de folga. Essa é a principal dica do sócio-proprietário da rede social, Riq Lima, 27.

— No Worldpackers não existe uma obrigação contratual, então os dois lados devem conversar bastante antes de chegarem e um acordo. Quando falamos de viagens, a estadia em uma das partes mais caras, então com essa troca tudo fica mais fácil. Temos um caso do nosso site de uma brasileira que aprendeu inglês trabalhando em um hostel no Brasil, por causa da troca cultural - revela o sócio-proprietário.

Receber e aprender

Em menos de um ano, o Worldpackers já cadastrou 27 mil viajantes de todo o mundo e cerca de 800 de hospedagem, a maioria de empreendimentos como pequenos albergues regiões praianas. Para Ana Ávila, 32, proprietária do hostel Greenhouse, no Rio Tavares, a primeira tentativa através da rede social vale a pena.

— Já recebemos duas meninas, uma brasileira e outra espanhola, que trocaram trabalho por hospedagem. Foi muito bom, pois elas vestiram a camisa do hostel. O que fizemos foi estabelecer que a hospedagem era paga com 20 horas semanais trabalhadas, e a horas excedentes seriam pagas normalmente - diz Ana.

No site, é possível também encontrar pessoas que recebem viajantes em casa em troca de algum tipo de ajuda. O Eduardo Benedet, 39, de Criciúma, pede apenas boa vontade para dividir a casa:

— O aprendizado cultural é muito legal. Já tinha recebido pessoas por outras redes sociais, como o Couchsurfing, que não prevê que o hóspede tenha que trabalhar.

Outras opções

Worldpackers
Nessa rede, o viajante se cadastra e oferece alguma habilidade em troca da estadia. As possibilidades de trabalho são bem grandes, incluindo até fazer bicos de atendente em bares e hostel. Ou seja, basta ter energia para suar a camisa que nunca vai faltar um local para dormir

Couchsurfing
Apostando na informalidade, no Couchsurfing anfitrião oferece um local para dormir, que pode ser até um sofá, como o próprio nome da rede social deixa claro (Couchssurfing = surfista de sofá; em tradução literal)

Guest to guest
Na GG, todos são anfitriões e hóspedes, pois o objetivo dessa rede é a troca de casas entre os integrantes. Por exemplo, se você mora em Florianópolis e pretende passar 10 dias em Paris, basta procurar alguém que mora na Capital francesa e que aceite ceder a casa. No mesmo período, essa pessoa vai ficar na sua casa.

DIÁRIO CATARINENSE
Charles Guerra / Agencia RBS

Paulista Léo Bosso paga a estadia no verão em Florianópolis cozinhando para um hostel
Foto:  Charles Guerra  /  Agencia RBS


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