Atualizada em 20/02/2015 às 10h16min Cláudia Morriesen  |  claudia.morriesen@an.com.br

Todos os anos, desde que o galpão de teatro da Ajote foi aberto, em 2001, alguma companhia corajosa dava o pontapé inicial na programação do ano. Afinal, depois de um período de verão e férias, reabrir as atividades teatrais em Joinville não era tarefa fácil, já que a cidade parecia esquecer do espaço naquele recesso de 40 ou 50 dias. Há três anos, no entanto, o projeto Verão Teatral garante o que parece ser o principal objetivo da Associação Joinvilense de Teatro: a união das companhias associadas que, ao criarem uma programação especial no início do ano, conquistam mais visibilidade, colaboram para uma maior divulgação e, por fim, levam mais plateia para os espetáculos teatrais.

— Até então, o galpão retornava às atividades com sua programação normal. Não havia, realmente, uma reabertura — afirma Cássio Correia, presidente da Associação Joinvilense de Teatro.

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A terceira edição do Verão Teatral começa hoje, com 12 peças locais e um grupo convidado, em 24 sessões nos próximos 39 dias. Pelo palco passam histórias que o público local já teve chance de conferir – boa parte delas teve pelo menos uma apresentação no ano passado. Um 13º espetáculo entra em cena no sábado, com o Grupo de Teatro Menestrel Fazêdo, de Lages, que traz à cidade o Teatro de Rua com Bonecos Gigantes, que será apresentado no estacionamento da Cidadela Cultural Antarctica.

A expectativa é que pelo menos a média de público anual se mantenha, como ocorreu na edição de 2014, quando cada sessão recebeu de 50 a 60 espectadores – a capacidade do teatro da associação é de 120 pessoas.

Duas palhaças

Nas duas primeiras noites, Karla Conká e Vera Lúcia Ribeiro, da Cia. Marias da Graça, trazem um dos espetáculos de seu repertório. A companhia carioca, pioneira na emancipação da mulher no mundo da palhaçaria no Brasil, apresenta Duas Palhaças. Em cena, a dupla, com personalidades bem diferentes, conversa sobre amizade e sentimentos de aproximação e distância. A criação da peça ocorreu a partir de uma adaptação do clássico O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry, e celebrou os 20 anos do grupo.

A história de Duas Palhaças começa quando a mal-humorada Indiana da Silva, vivendo uma tremenda crise financeira, está prestes a perder o teatro que, além de seu ganha-pão, é também sua casa. Ao colocar um anúncio no jornal para procurar alguém que divida o teto e as contas, aparece Shoyu da Gama, uma palhaça doce que não se contém e responde às perguntas mesmo quando não são feitas a ela. Ao longo da peça, a história do príncipe e da raposa começa a surgir na narração de Indiana, mas com as intervenções de Shoyu uma nova interpretação aparece no palco.

— Fizemos votação para definir o espetáculo convidado e a maior parte dos associados afirmou que deveria ser uma peça da Marias da Graça. Apesar do belo trabalho, elas nunca se apresentaram em Joinville. Além disso, como Karla Conká dirigiu uma peça local e está constantemente na cidade com oficinas, pareceu óbvio que deveria ser a companhia dela — afirma Correia.

Agende-se
O quê: Duas Palhaças, da Cia. Marias da Graça
Quando: hoje e amanhã, às 20h30min
Onde: Galpão do Teatro da Ajote, na Cidadela Cultural Antarctica (Rua Quinze de Novembro, 1.434, América, Joinville)
Quanto: R$ 20 e R$10 para estudantes, professores e idosos. Ingressos antecipados no Capitão Space Batataria e Pizzaria (Avenida Marquês de Olinda, s/n, Santo Antônio, Joinville) e uma hora antes do início na bilheteria do teatro
Informações: teatroemjoinville.com.br

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