Atualizada em 20/02/2015 às 10h56min Marcelo Perrone  |  marcelo.perrone@zerohora.com.br

Desde sua estreia nos Estados Unidos, em dezembro, o filme Sniper Americano foi alvo de críticas por seu conteúdo político e ideológico. O longa é dirigido por Clint Eastwood e está indicado a seis Oscar. Confira:

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– Sniper Americano sofreu duros ataques de parte da imprensa dos EUA. As críticas mais recorrentes fizeram reparos ao tom patriótico exaltado e à falta de contextualização política e histórica para ressaltar que a invasão do Iraque pela coalização liderada por tropas americanas, em 2003, deu-se sob a alegação, não comprovada, de que o país tinha um arsenal de armas químicas.

– Também foi tema de debate a maneira maniqueísta como os iraquianos são representados ("selvagens") em contraposição à figura do super-herói salvador da pátria encarnada pelo protagonista.

– O documentarista Michel Moore foi uma das personalidades que se manifestaram contra a glorificação do sniper como um herói. Lembrou que um parente seu foi vítima de um atirador na II Guerra. "Fomos ensinados que franco-atiradores são covardes. Eles vão te atirar pelas costas. Franco-atiradores não são heróis. E invasores são ainda piores", disse Moore em uma de suas mensagens no Twitter.

– O episódio em que Chris Kyle tem como alvos uma mulher e uma criança não foi incluído no livro autobiográfico que inspirou o filme, por recomendação dos superiores do militar. Mas estão detalhados nos arquivos pessoais aos quais o roteirista Jason Hall teve acesso.

– Com referência discreta no livro, o sniper Mustafa, que abate soldados americanos no Iraque, ganhou destaque no filme como forma de estabelecer um contraponto dramatúrgico com o protagonista.

– Após deixar o serviço militar, Kyle passou a trabalhar como voluntário em serviço de apoio psicológico a soldados. Em 2 de fevereiro de 2013, ele e um amigo foram mortos por um rapaz que acompanhavam. O assassino será julgado em maio próximo.

– O sucesso comercial de Sniper Americano contraria a tendência de produções de Hollywood obterem maior faturamento no Exterior do que no chamado mercado doméstico (EUA e Canadá). A bilheteria mundial do filme no momento é de US$ 393 milhões, com apenas US$ 86,6 milhões vindos de outros países.

– Steven Spielberg esteve por um tempo associado ao projeto. Algumas de suas contribuições ao roteiro foram preservadas, como o destaque ao atirador "rival" de Kyle. Mas Spielberg desistiu de dirigir o filme, e Eastwood foi convocado.

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