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Itapema FM  | 11/02/2015 05h03min

61% dos brasileiros com mais 50 anos considera que a alimentação está igual ou pior do que na juventude

Preocupação com a saúde foi destacado por 77% das pessoas de meia idade que participaram da entrevista, embora os hábitos vão de encontro ao comportamento

Uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência revelou que os brasileiros com mais de 50 anos têm uma queixa em comum: cansaço. A razão pode ser o estilo de alimentação adotada por essas pessoas. No estudo Sinais da Nutrição depois dos 50, realizada pelo instituto, 61% dos entrevistados considerou que sua alimentação atualmente está igual ou pior ao que era durante a fase adulta. Além disso, a cada três participantes, dois não consomem as porções de frutas e verduras adequadas diariamente.

Entre os 613 homens e mulheres com mais de 50 anos que participaram do estudo, 77% acredita que a saúde é a principal preocupação na nova fase da vida.

– Existe uma consciência sobre a importância de envelhecer com saúde, mas as pessoas realmente não estão fazendo o que é necessária para garantir qualidade de vida na terceira idade, como se alimentar bem e praticar atividade física – afirma o professor de nutrição da Universidade de São Paulo, Dan Waitzberg.

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A expectativa da Organização Mundial da Saúde é de que, em 2020, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de crianças com menos de cinco anos. A principal preocupação dos especialistas em idosos é com a saúde das pessoas que estão chegando nessa fase. Hoje, por exemplo, as doenças cardiovasculares são as que mais matam pessoas com mais de 50 anos em todo o mundo e poderiam ser facilmente tiradas do cotidiano desse grupo com alimentação saudável e exercícios.

– Diferente de algumas décadas atrás, em que as pessoas costumavam voltar em casa para almoçar e preparavam suas refeições, hoje é mais fácil comer perto do trabalho e nem sempre esses lugares têm as melhores opções no cardápio. Como a idade para deixar o mercado de trabalho também aumentou, é uma tendência de quem chegou à meia idade ter longos períodos de pausa entre uma refeição e outra. O exagero é quase certo quando isso acontece – aponta a nutricionista Melissa Côrtes da Rosa, mestre em Gerontologia Biomédica.

Quem anda se queixando de cansaço provavelmente comete o erro de comer muito e poucas vezes durante o dia. O ideal, segundo Melissa, é comer de três em três horas, assim garante as vitaminas, minerais e energia para as atividades cotidianas. Outro grande erro a combinação exagerada de gordura e carboidrato.

– Comer mais do que devemos causa um efeito ruim na oxigenação do cérebro. Em curto prazo, o sono em excesso é o resultado – comenta a nutricionista.

A questão é que em longo prazo, a má alimentação é a principal causadora de problemas cardíacos e cerebrais, que vão afetar o sistema cognitivo dos mais velhos.

Apesar de ser um processo natural, o envelhecimento provoca no organismo uma série de alterações anatômicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, com consequências para a saúde e a nutrição das pessoas. O envelhecimento da população, dessa forma, passa a ser cada vez mais um desafio. Para o diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Newton Terra, 70% dos problemas que podem surgir na terceira idade dependem do estilo de vida adotado por cada pessoa. Apenas 30% das doenças comuns depois dos 60 anos decorrem do histórico familiar.

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Um outro estudo, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), aponta que nos últimos 50 anos houve um decréscimo na ingestão de frutas, verduras e grãos. A Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE no final de 2014, mostra ainda que apenas 38,7% das pessoas de 40 a 59 anos consomem a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde de hortaliças e frutas, que é de 400 gramas por dia. O percentual na faixa acima dos 60 anos é de 40,1%.

A prática de exercícios físicos é fundamental para a manutenção da saúde e um estilo de vida ativo ajuda na manutenção da capacidade funcional de homens e mulheres que já passaram dos 50 anos. Porém, dois em cada três  pessoas entrevistadas não praticam atividade física regularmente.

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