Notícias

Itapema FM  | 03/02/2015 06h02min

Consumo de castanha pode melhorar função cognitiva

Na pesquisa, foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio

Atualizada às 14h43min

Uma pesquisa da USP mostrou que o consumo diário de uma castanha-do-brasil — conhecida também como castanha-do-pará — recuperou a deficiência de selênio e teve efeitos positivos sobre as funções cognitivas de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL), considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e demências, como o Alzheimer.

Leia mais sobre Bem-Estar

A nutricionista Bárbara Cardoso explica que o CCL é caracterizado pela perda cognitiva (processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem) maior do que o esperado para a idade.

Castanha-do-Pará ajuda na proteção contra o câncer

Entre as análises feitas pela nutricionista, está a associação entre os níveis de selênio e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor de cada célula) em pessoas com CCL. Bárbara explica que o estresse oxidativo está envolvido no declínio cognitivo. Pacientes com comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer apresentam maiores níveis de estresse oxidativo.

— Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, com o aumento da geração de radicais livres. Já a capacidade do sistema antioxidante, que combate esses radicais, tende a reduzir. Esse descompasso contribui para o comprometimento cognitivo leve porque os radicais livres acabam afetando o sistema motor, sensorial, a memória e o aprendizado — afirma.

Castanha-do-pará combate cáries, aponta estudo

O selênio é um importante mineral que constitui enzimas antioxidantes que tem, como finalidade, combater a formação de radicais livres. Os resultados da pesquisa indicam que o consumo da castanha-do-brasil pode melhorar a resposta antioxidante e atenuar o declínio cognitivo.

Na pesquisa, foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio. Durante seis meses, a nutricionista acompanhou dois grupos de idosos. O primeiro ingeriu uma castanha-do-brasil por dia e o outro não recebeu nenhuma intervenção. Após o período, no grupo que consumiu a castanha diariamente, todos deixaram de apresentar a deficiência de selênio.

Dieta Mediterrânea aumenta a longevidade

Os grupos também passaram por avaliação neuropsicológica antes e depois da intervenção com a castanha-do-brasil.

— Os testes analisaram domínios cognitivos, como a fluência verbal, capacidade de copiar desenhos, reconhecimento de figuras, entre outros. E o grupo que ingeriu a castanha apresentou melhora nos aspectos de fluência verbal, avaliada pelo número de animais que o entrevistado consegue mencionar durante um minuto, e praxia construtiva, avaliada pela capacidade do entrevistado em fazer cópia de quatro desenhos apresentados pelo examinador (círculo, losango, retângulos sobrepostos e cubo) — explica a cientista.

Segundo a nutricionista, “apenas uma unidade de castanha-do-brasil forneceu 288,75 microgramas de selênio ao dia, aumentando o consumo de selênio para além da recomendação diária (55 microgramas/dia), mas sem ultrapassar o limite tolerável de 400 microgramas”.

Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.