Quantas vezes você deixou de ir a um show que queria muito assistir porque achou o preço do ingresso alto demais? Mesmo com o benefício da meia-entrada, os próprios produtores culturais admitem que a procura do público pode ser baixa justamente por causa da semigratuidade cada vez mais ofertada, que dispara o valor da entrada.

Será que você sabe quais fatores determinam o preço de um show? Os gastos vão desde transporte, hospedagem, alimentação, segurança até frete de equipamentos. Além do cachê do artista, há ainda o pagamento da equipe técnica e mão de obra — afinal, fazer um grande espetáculo envolve muita gente. Mas como se chega ao valor final?

— Depois de ter o valor de custo total do evento criamos a carga de ingresso, que nada mais é que a capacidade da casa dividida por cada modelo de ingresso. Por exemplo: são 20% da capacidade para o primeiro lote e assim sucessivamente. Depois de feito isso, estipulamos os valores para que a venda total do ingresso atinja o valor que gere lucro para a casa — explica Fabiano Steil, sócio do Grupo Maria’s Entretenimento e que dia 31 leva o show da dupla João Neto & Frederico ao Wood’s Bar, em Balneário Camboriú.


Já para Sandro Horta, diretor do Music Park BC (cujo palco será invadido pela banda O Rappa dia 30), o mercado é responsável pelo valor de determinado show:

— Levamos em consideração o público estimado, mas principalmente o valor que o mercado está disposto a pagar. Quem determina preço, como bem preconizam os teóricos em marketing, não é a casa, é o mercado — opina.

Ingressos mais caros, shows mais vazios

O que pode explicar alguns cancelamentos de shows em Santa Catarina no último ano é o valor do ingresso, que subiu. O aumento de pessoas beneficiadas pela meia-entrada acaba forçando as produtoras a aumentarem o preço médio dos ingressos para suprir a demanda.

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O produtor cultural Marco Rovela conta que, por causa disso, de 2013 para 2014 o ingresso para o show da banda O Teatro Mágico, por exemplo, foi de R$ 80 para R$ 90:

— É fato que acaba elitizando muito mais. Trouxemos a banda para Blumenau três vezes e em 2014 foi a única em que não deu pra vender 100% dos ingressos. Vendemos apenas 80%.​