A propaganda dizia que seria um espetáculo moderno, estilo Las Vegas, o novo circo do século XXI. Desconfiei. Visto de fora, parecia ser o bom e velho circo, instalado logo na entrada da Ilha, de frente para a estrada e fundos para a baía. Lona pontiaguda colorida, letreiros ofuscantes, cheirinho de pipoca; nenhuma novidade.

 
Ao entrar no lobby — processo super agilizado pelo ingresso eletrônico que a maioria das pessoas trouxe impresso de casa —, contudo, começam meus questionamentos. O local está totalmente climatizado e a pipoca, que durante muito tempo foi a companheira solitária das crianças durante as performances, concorre com churros, donuts, cachorros-quentes, pizzas e muitas outras guloseimas de encher os olhos.

 
Quando o ilusionista pede que todos liguem as câmeras dos celulares para registrar o helicóptero que ele fará aparecer sobre o palco, começo a acreditar nas afirmações da propaganda. Durante o intervalo, é montado um stand para que o palhaço tire selfies com os espectadores, e sou obrigada a admitir: o circo mudou, e soube se adaptar aos tempos modernos usando tudo o que está a seu alcance.

 

A arena lotada do show de estreia sugere que as adaptações deram certo. Na última sexta-feira, o circo Tihany Spectacular, com passagem em 24 países e 120 milhões de espectadores — cinco milhões somente no Brasil —, fez seu espetáculo de abertura da curta temporada em que ficará na Capital catarinense, com exibições de terça a domingo do show AbraKdabra. A previsão é de que a companhia fique em Florianópolis até o dia 1º de fevereiro.



A turnê teve início em 2011, em Manaus, com 50 artistas de 25 nacionalidades, recrutados em festivais internacionais e em escolas de dança russas e inglesas, incluindo o balé Bolshoi em Joinville, última cidade visitada pela companhia. 

Nos bastidores do Tihany: a vida por trás da lona do circo

Victoria Marinho, 19, foi a última integrante a se juntar ao grupo. Durante uma visita do circo á sede do Balé, a jovem manifestou a vontade de aderir á vida circense e deu certo. Na temporada em Florianópolis, ela faz sua estreia no palco, agora sem as sapatilhas de ponta e tutus.

Os luxuosos figurinos e os cenários trazem efeitos especiais que dividem o show em 18 atos de dança, acrobacias, palhaçadas e ilusionismo durante duas horas, com intervalo de 20 minutos. Todo o espetáculo é permeado por tecnologia de ponta, com a utilização de 20 mil watts de som e 120 luzes de LED que geram figuras tridimensionais nos cenários que mudam sem que o público perceba.

O espetáculo faz parte de uma iniciativa cultural para a revitalização do circo e formação de um novo público e conta, no Brasil, com o apoio do Ministério da Cultura Correios. Depois de Florianópolis, a turnê segue para o Rio Grande do Sul, onde encerra as apresentações em solo brasileiro, continuando pela América do Sul, a partir do Uruguai.

Por onde passa, movimenta a economia local. Em Florianópolis, são cerca de 200 empregos temporários gerados, além de dezenas de leitos de hotel reservados para os artistas, já que apenas uma pequena parte da trupe dorme em trailers.



SERVIÇO

Local: Estacionamento do Centro de Convenções (Centrosul)

Sessões: terça e quarta às 21h; quinta, sexta, sábado e feriados às  17h30min e 21h;  domingos às 16h30min e às 20h.

Preços: De R$ 40 (geral) a R$ 130 (preferencial frontal numerada), com valores intermediários para plateia lateral, plateia plus, preferencial lateral numerada e o setor VIP R$ 150/75 (camarote).

A meia entrada está disponível para maiores de 60 anos, aposentados, professores, estudantes de qualquer idade ou grau e crianças de 12 meses até 12 anos, (com documento comprovatório vigente na hora da compra e na entrada ao circo).

Gratuidade: Crianças menores de 12 meses (desde que fiquem no colo do responsável)

PNE: (Portadores de Necessidade Especiais) com rampas de acesso em lugares diferenciados.

Ingressos: Nas bilheterias do circo, de terça a domingos, das 10h até o início do último espetáculo ou online pelo LivePass.