Tatuadores geralmente são boa praça. O porto-alegrense Davi Escobar, 35 anos, não escapa à regra. Ele abriu o primeiro estúdio com apenas 17 anos, em Torres, no Rio Grande do Sul. Há 18 anos, o conceito de tatuagem era muito diferente aqui no Brasil e não era nada fácil convencer a família de que essa era uma boa profissão a se seguir. Com duas expos solos em São Paulo no currículo, ele se prepara para mais uma temporada de tatuagens em Florianópolis, onde mora, e na Alemanha, em um dos estúdios mais tradicionais, que fica na cidade de Colônia. Na lista de pessoas tatuadas por ele, estão Marcelo D2 e nomes conhecidos do skate e surfe como Ricardo dos Santos, Binho Nunes, Leandro Dora e Fernando "Fanta" Moura. Além das tattoos, Davi se dedica a criar camisetas e à pintura de telas.

Caleidoscópio de referências
Meu gosto musical é uma miscelânia que inclui The Police, Pink Floyd, Peter Tosh, Secos e Molhados e Jean Michel Jarre. Ganhei a primeira gaita cromática do meu tio aos 11 anos. Declaro que já toquei em barzinhos e até faturei uma grana fazendo um som! (risos) Gravei com os amigos da Chimarruts, a faixa Deixa que Corra, do primeiro álbum deles. Hoje tocar é um hobby.

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MÚSICA MARCANTE
Não tenho uma música em especial. Mas um artista de quem sempre gostei, que me faz lembrar das primeiras temporadas na Alemanha e que também escutava muito na loja de tattoo é Johnny Cash.



ESTILO QUE MAIS CURTE
Na minha playlist tem reaggae roots (Tommy McCook, I-Roy, The Congos, Abyssinians Jazz), soul e black music (Nina Simone, Chet Baker, Bobby Womack, Mulatu Astatke e Marvin Gaye), rock (David Bowie, Hole, Queens of the Stone Age e System of a Down) e eletrônico (Vakula).

SHOW INESQUECÍVEL
Foram dois. Muitos anos atrás, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, fui a um tipo de workshop e show com Naná Vasconcelos, um dos melhores percursionistas do mundo para mim. Todos naquele lugar entraram em transe, usamos o corpo como instrumento. Ali minha concepção de música mudou um pouco. Outro foi do Jamiroquai (foto) em Florianópolis.

 

Não pode faltar

:: PARA OUVIR ENQUANTO TATUA
Depende do dia, vai do jazz ao eletrônico

:: PARA PIRAR NOS DESENHOS
O álbum Soul Food Taqueria, de Tommy Guerrero. Também tenho escutado muito Little Dragon para pintar e desenhar

:: PARA CURTIR EM FLORIANÓPOLIS
Know-How, de Kings of Convinience

:: PARA DEFINIR A ALEMANHA
Distant Lights, do álbum Burial (hyperdub2005)

PARA ASSISTIR
Indico o DVD D.A.F.T: A Story about Dogs, Androids, Firemen and Tomatoes. É um prato cheio para quem gosta de produções artísticas com dança e animação – tudo junto misturado. Faz tempo que esse grupo francês está à frente com o seu trabalho.