Notícias

Itapema FM  | 03/01/2015 02h46min

"Toca de Hobbit" atrai milhares de fãs na Suíça

Pequena cidade de Jenins guarda o primeiro museu do mundo dedicado ao universo ficcional de Tolkien

Ratha Tep

Até o ano passado, Jenins, a cerca de uma hora de carro de Zurique, se parecia como qualquer outra pequena cidade na verde e exuberante região vinícola de Bündner Herrschaft, na Suíça, com seus vinhedos carregados de pinot noir ao lado de casas com lindos vasos de gerânios nas janelas. Atualmente, porém, existe algo novo.

No final da Verduonig, pacata rua residencial, uma plaquinha de madeira anunciando "Museu" era a única indicação da anomalia. Uma estrutura de pedra e tijolo vermelho coberta de videiras que parece surgir da terra como um morro, com uma porta de madeira redonda verde, maçaneta de bronze e janelas circulares que dão para um pequeno jardim de roseiras.

Como qualquer fã de J.R.R. Tolkien sabe, essa era uma toca de hobbit. A estrutura é a impressionante entrada do Museu Greisinger, primeiro museu do mundo dedicado ao universo ficcional de Tolkien, a Terra Média.

Inaugurado em outubro de 2013, já recebeu cerca de três mil visitantes até agora, e espera-se que esse número aumente com o lançamento do último filme da trilogia Hobbit de Peter Jackson, "A Batalha dos Cinco Exércitos". Tudo foi ideia de Bernd Greisinger, ex-gerente de fundos de investimento que reuniu o que é considerado por muitos especialistas em Tolkien como a maior coleção de artigos da Terra Média do mundo, com 3,5 mil livros e 600 obras que incluem pinturas e desenhos de Douglas Beekman, Cor Blok e Alan Lee, famosos ilustradores de Tolkien.

— É o único museu cujo objetivo é promover Tolkien, suas obras e adaptações posteriores. Há um número inigualável de livros raros e peças colecionáveis — disse Shaun Gunner, presidente do fã clube britânico Tolkien Society.

O Museu Greisinger não é um museu comum e está repleto de excentricidades em um espaço que mais se assemelha a um labirinto de quartos estranhos em dois andares subterrâneos. Para começar, o teto fica a apenas um metro e meio de altura (os hobbits são baixinhos, afinal de contas). Os visitantes também só podem ver a coleção através de visitas que duram duas horas, muitas das quais são realizadas por guias vestidos a caráter, inclusive Greisinger, e feitas em alemão, francês ou italiano. Certamente, essas línguas são mais fáceis do que o élfico, mas há visitas em inglês para grupos de dez ou mais pessoas; todas devem ser agendadas com antecedência e custam 50 francos suíços, o mesmo em dólares.

Talvez o mais maluco, e mais maravilhoso, aspecto do museu de 3.350 metros quadrados é que cada uma das onze salas adicionais, além da toca de três quartos, representa um local diferente do fantasioso mundo de Tolkien. A visita começa na toca hobbit, cuja decoração inclui rústicas cadeiras de madeira feitas a mão espalhadas ao redor de uma lareira e uma grande escrivaninha com pilhas de mapas da Terra Média.

— Queremos que as pessoas sintam que estão no lugar certo, que tenham a sensação de estar dentro de uma toca de hobbit — disse Greisinger.

Alguns itens também se destacam, como o lustre da casa de praia de Tolkien em Poole, na Inglaterra, e o calendário de 1969 feito por Ken Rudolph, o primeiro de cunho artístico de um fã de Tolkien, publicado com obras assinadas pelo ilustrador Tim Kirk.

Mas a toca de Hobbit é apenas a primeira coisa visível, literalmente, do museu experiencial. Suas outras salas são todas primorosamente concebidas e inesperadamente pouco ortodoxas com relação à forma e ao tamanho: a sala de Gondor, abrangendo dois andares ligados por uma escada em espiral, celebra o grande reino da Terra Média com colunas brancas; a sala de Wilderland exibe duas estátuas semelhantes às dos portões de Argonath; e uma instalação de quase quatro metros de altura de um Balrog domina a sala de Moria.

Durante visita em 2014, Greisinger debruçou sobre alguns dos 30 livros raros da exposição, com uma pausa para examinar a dedicatória de Tolkien para sua amiga Elaine Griffiths em uma rara primeira impressão da primeira edição de "O Senhor dos Anéis". O resto da coleção de livros raros pode ser visto com hora marcada.

O fascínio do Greisinger pelos livros de Tolkien é o que alimenta sua coleção de arte.

— Nosso trabalho é encontrar os originais das diferentes ilustrações dos livros — disse ele.

Greisinger tem um espaço para os filmes de Peter Jackson com peças que incluem adereços e um roteiro de "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" assinado por membros do elenco, mas insiste que os filmes não são o foco de seu museu.

— O trabalho de Peter Jackson é apenas uma interpretação do mundo de Tolkien. Meu objetivo é que os visitantes compreendam mais esse mundo e tudo o que está ligado a ele.

RATHA TEP
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.