Itapema FM | 20/12/2014 14h01min
Um Príncipe Triste é uma história para crianças. De 0 a cem anos. Vai no avesso da lógica do “felizes para sempre”, tão usual nos contos de princesas, e desestabiliza a ideia de felicidade, essa obsessão contemporânea. A obra fala de um príncipe muito triste (“de tristeza sorumbática”), de um coração inconsolável. De autoria do contador de histórias Sig Schaitel, com ilustrações de Fabio Dudas, o livro é um dos bons lançamentos literários deste final de ano.
Na simplicidade da narrativa, curta e sucinta, está é uma história de imensa sensibilidade, potência poética e filosófica. Os traços feitos em xilogravura por Dudas são igualmente marcantes, com bela carga expressiva e que por si só compõem um conto imagético.
– A história surgiu como música – conta o autor.
Ele integra junto com Aline Maciel a Mafagafos, companhia de contação de histórias e música de Florianópolis. O projeto do novo livro era uma ideia latente – em 2012 a cia lançou Cada um Conta de um Jeito, escrito por Aline. Havia outras músicas que poderiam virar história.
Por que o príncipe é triste?
– Não sei – diz Schaitel.
O príncipe tenta de muitas formas superar a tristeza. Nem casamento, nem aventuras e caçadas, nem mesmo quebranto ou feitiço espantam a tristeza de seu coração. Ele faz então um balão e vai parar num planetinha, onde enterra o sentimento.
Será que ele deixou de ser triste?
– Quando li me chamou atenção o desfecho, a incerteza se ele será feliz ou não – comenta Paula Albuquerque, autora do projeto gráfico.
Na história estão relacionadas três esferas da vida social. As relações amorosas (o casamento como símbolo de felicidade), a aventura (que está fora do âmbito familiar) e o espiritual (quando se refere às rezas e quebrantos).
– O príncipe vai então para a quarta saída. Ele vai para a imaginação – afirma o autor.
Os desenhos são todos em preto e branco, com exceção de apenas um elemento colorido por página – amarelo ouro, que remete à realeza ou, quem sabe, a um ponto de luz.
O ilustrador e artista plástico Fabio Dudas fez os desenhos em xilogravura, técnica que utiliza madeira como matriz.
– Quando li já tinha na mente o personagem – diz ele.
O livro contém ainda um CD com a história do príncipe musicada pela Cavaleiros Marginais, banda de rock alternativo do Sul do Estado. A edição da obra foi possível graças ao que a Cia Mafagafos chama de lei de incentivo dos amigos. O projeto autônomo e independente teve uma pré-venda nas redes sociais e que possibilitou a impressão dos primeiros 1,3 mil exemplares.
Depois da maratona de lançamentos em dezembro, neste sábado ocorre o último, na Feira do Livro de Florianópolis, a partir das 9h, e no Sesc Cacupé, às 15h. O livro será vendido apenas pela Cia Mafagafos pelo e-mail ciamafagafos@gmail.com.
ANEXO
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