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Itapema FM  | 09/12/2014 06h03min

AC/DC lança disco durante mais um inferno astral

Perto de completar 40 anos, banda australiana enfrenta a perda de um dos seus fundadores e o afastamento de outro integrante

Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

Pergunte ao AC/DC quão longo é o caminho até o topo. Lançando o 15º disco de estúdio, com seu mentor afastado e outro integrante metido em confusões, a banda australiana se prepara para completar 40 anos do lançamento do seu primeiro álbum afirmando: é mais difícil do que parece.

A resposta está no single It's a Long Way to the Top (If You Wanna Rock'n'Roll), do álbum T.N.T. (1975). A letra, profética, aponta um pouco do que o AC/DC enfrentaria ao longo de sua turbulenta carreira: ser roubado, massacrado, subestimado, ficar doidão, envelhecer e acabar vendido como artigo de segunda.

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Em 2014, a composição poderia incluir também "se aposentar", após a notícia da saída de um dos seus fundadores, Malcolm Young, em mais um percalço envolvendo integrantes do grupo (leia abaixo). Fora de combate, o guitarrista sequer gravou o novo disco da banda, Rock or Bust, cedendo lugar ao sobrinho, Stevie Young, 58 anos.



O novo integrante já posa para as fotos oficiais da banda, ao contrário do baterista, Phil Rudd. O músico enfrenta problemas com a Justiça por acusações de planejar assassinatos, portar drogas e brigar na rua – o que poderia ser mais um item para It's A Long Way...: "perder a cabeça".

Por isso, Rudd é dúvida até numa provável turnê em 2015 – ainda sem datas ou locais definidos, mas muito necessária. O giro serviria de plataforma de divulgação para Rock or Bust, primeiro disco do AC/DC em seis anos e cuja previsão de vendas não é das mais otimistas ("gravar discos que ninguém quer comprar", eis outra atualização que poderia ser feita em It's A Long Way...).

Lançado mundialmente no dia 2 de dezembro, espera-se que sejam comercializadas entre 135 mil e 145 mil cópias, segundo a imprensa especializada – um número bem menor do que os mais de 780 mil vendidos no mesmo período pelo disco anterior, Black Ice (2008).

Não sem razão: Rock or Bust parece ter sido feito com sobras dos discos menos inspirados do AC/DC dos anos 1980. Há bons momentos, como Rock the Blues Away e Sweet Candy, mas, no geral, soa pouco inspirado e cansativo até para o mais generoso dos fãs.

Com a formação pela metade e um disco longe de ser brilhante, o AC/DC pode estar vivendo mais um inferno astral. E talvez esteja mesmo. A sorte é que, para eles, o inferno nunca foi um lugar tão ruim de se estar.

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Sem voz
O AC/DC já era uma banda consolidada, com dois singles e uma boa agenda de shows quando Malcolm Young encasquetou com o vocalista, Dave Evans. Enciumado com o sucesso que Evans fazia entre as fãs, o guitarrista (e dono da bola) decidiu que ele deveria ser demitido. E assim o fez em 1974, obrigando o grupo a correr atrás de outra voz.

Sem voz (de novo)
Depois de passar a maior parte dos anos 1970 tocando em pequenos clubes e mendigando espaço nas rádios, o AC/DC explodiu para o mainstream com Highway to Hell. Mas a alegria durou só até fevereiro de 1980, quando o vocalista Bon Scott foi achado morto, vítima dos próprios abusos. Novamente o AC/DC precisaria de uma voz. Entrou Brian Johnson, vocalista até hoje.

Sem comando
Angus Young
e seu uniforme escolar são a cara do AC/DC. Mas o cérebro do grupo sempre pertenceu ao irmão, o também guitarrista Malcolm Young. Artífice por trás das boas (e nem tão boas) decisões da banda, Malcolm deixou oficialmente o posto em outubro de 2014, quando foi divulgado que sofria de demência. Em seu lugar, entrou Stevie Young, filho do irmão mais velho dos Young, Stephen.

Sem controle
Baterista responsável pelas baquetas na maioria dos discos do AC/DC, Phil Rudd parece ter decidido acrescentar um pouco de agito à sua pacata vida. Em novembro, foi preso por encomendar o assassinato de duas pessoas, além de porte de drogas, e acabou de fora das novas fotos promocionais da banda. Na semana passada, foi preso novamente por brigar em um café. Rudd tem 60 anos.

SEGUNDO CADERNO
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