O artista plástico Pita Camargo instalou sábado sua segunda obra, intitulada Bio Vida II, no fundo do mar. Desta vez, a região escolhida foi o Saco do Capim, na Ilha do Arvoredo, em Bombinhas — onde mergulhadores terão acesso à escultura.

A peça de 120 quilos ficou em exposição junto com as demais obras da exposição Vinte Seis – Menos Um, na Praça da Bandeira, em Porto Belo, antes de ser fixada em alto-mar. A retirada da obra, que estava na mostra que fica até 22 de fevereiro, começou por volta das 9h30min. Depois de ser colocada em um carrinho, ela foi transportada até o píer, colocada em um bote e levada até o Valeiro Amazonas, que levou a escultura para o local autorizado pela Marinha do Brasil.

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A navegação durou cerca de duas horas e meia. Depois foi preciso localizar o suporte da peça, que já havia sido instalado no local dias antes. Com cuidado, a escultura foi retirada do veleiro e uma equipe de mergulhadores, junto com Pita Camargo, afundou a peça até a profundidade de 11 metros. Todo o processo, entre transporte, navegação, instalação, finalização e retorno, durou cerca de 10 horas.

— A partir de agora ela vai fazer parte da vida marinha. A escultura perde o seu valor como obra de arte e se torna vida. O mais bacana de repetir isto é saber que, mesmo 21 anos depois, a preservação ainda é algo tão importante — destaca Pita, que em 1993 instalou sua primeira peça em alto-mar, na ilha de Galé.

20 anos de preservação

Quem acompanhou o feito há duas décadas e testemunhou a segunda instalação foi Ike Gevaerd. Na primeira vez, ele era o secretário de Turismo de Bombinhas e foi um dos incentivadores de Pita.

— Precisávamos despertar a atenção das pessoas para a preservação ambiental e a obra Bio Vida foi uma forma interessante para isto. Muitas pessoas se envolveram para conseguir autorização e fazer parte daquele momento — relembra Gevaerd, que ajudou Pita a conseguir as autorização necessárias para a segunda instalação e hoje responde pela Biosphera Empreendimentos Ambientais.

O objetivo do artista é criar uma galeria embaixo d'água. Em março, durante uma exposição em Itajaí, Pita Camargo pretende compartilhar o plano de instalação das próximas peças.