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Itapema FM  | 03/12/2014 08h02min

O melhor amigo do homem completa 20 anos: conheça a história do Playstation

Mais do que revolucionar o imaginário de uma geração, console da Sony marcou o momento em que videogames deixaram de ser coisa de criança

Gustavo Foster  |  gustavo.foster@zerohora.com.br

Fugir de fantasminhas coloridos, pular sobre jacarés ou salvar a princesa até era legal, mas não tanto quando atirar em zumbis na perspectiva de primeira pessoa, ouvir barulhos bizarros ou fugir de espiões russos, não é? A evolução das narrativas de videogame nos últimos 20 anos é impressionante... e isso se deve, em grande parte, a uma caixa retangular cinza claro de 30 por 20 centímetros chamada PlayStation.

Além de revolucionar o mundo dos games em termos gráficos, em qualidade, em número de jogos e de mercado, o console lançado pela Sony em 3 de dezembro de 1994 foi também um divisor de águas dentro de casa: marcou o momento em que o videogame saiu do quarto dos filhos e foi instalado na TV dos pais.

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Ao apostar no CD, Sony abriu espaço para jogos melhores

É claro que o PlayStation não foi o primeiro console a ter jogos adultos e nem o último a ter jogos infantis. É claro que o fato de a indústria de videogames ter cerca de 20 anos à época de seu lançamento ajudou, já que o público que cresceu com controles nas mãos agora não era mais formado por crianças, mas por adultos saindo da adolescência, loucos para andar a 200 km/h em uma autoestrada americana sem se encrencar com a polícia. É claro que os CDs permitiram gráficos melhores, o que tornou os jogos mais reais. Mas todas essas premissas foram consolidadas com o lançamento do primeiro PlayStation. Não é à toa que o console vendeu mais de 104 milhões de unidades e é o quarto mais vendido da história.

— Como uma criança ia jogar Resident Evil, com aqueles cachorros? Era sinistro. E isso só foi possível quando o espaço na mídia e a qualidade gráfica fizeram com que, quando um cara metesse a faca no outro, parecesse realmente um cara, e a faca parecesse uma faca — avalia Cleidson Lima, curador do Museu do Videogame.

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Muito do sucesso da Sony é culpa da Nintendo

O que pouca gente sabe é que o videogame mais famoso do mundo nunca foi um projeto bem-visto dentro da Sony — e acabou sendo lançado graças à Nintendo, principal empresa de games na época, hoje lutando bravamente para sobreviver em um mercado dominado por Sony e Microsoft. A história que ficou — mas que não é confirmada por nenhum dos lados — é que a Nintendo tinha um acordo com a Sony para lançar um console com jogos em CD. Antes, quase tudo era cartucho, uma mídia com menos capacidade, mais difícil de programar e com produção mais cara. As duas empresas não teriam chegado a um denominador comum, e a Nintendo acabou quebrando o acordo para firmar um contrato com a Philips. Por orgulho — e para não perder o projeto que já estava em andamento —, a Sony resolveu criar um console próprio. Disso, nasceu o PlayStation — um videogame que unia a experiência da Sony em tecnologia e a nova mídia do CD. Dentro da empresa japonesa, alguns setores torceram o nariz para a guinada da empresa, que agora fazia "brinquedos para crianças". Mal sabiam que era o próprio PS que mudaria essa realidade.

— O PlayStation conseguiu superar a oligarquia de Nintendo e Sega. Quebrou essa disputa bipartidária dos games e não ficou na segunda divisão dos consoles que rolou naquele boom do multimídia dos anos 1990. A importância do PlayStation depois de 20 anos é ser um dos únicos nomes que durou esse tempo na indústria dos games. O PlayStation foi a última grande incursão japonesa na indústria dos games — avalia Gus Lanzetta, repórter da Rolling Stone Brasil e da Red Bull, especializado em games.



Próximas gerações do console precisam superar ciclo ultrapassado

Depois da primeira versão do console, os PlayStation 2, 3 e o mais recente, o 4, não foram tão revolucionários — aprimoraram tecnologias, mas jamais mostraram novidades tão avassaladoras quanto as do PS1. Ainda assim, no embalo do sucesso de seu antecessor, o PS2 foi uma hecatombe: vendeu mais de 157 milhões de unidades e ainda é o videogame mais vendido da história. A partir da terceira geração, a Sony baixou a bola. Os consoles ultratecnológicos se tornaram caros — tanto para produzir quanto para vender —, o que estreitou a margem de lucro.

— O PS3 deu muito prejuízo durante todo o seu ciclo. Com o PS4 é a mesma coisa. É caro demais. Fazer um console tão caro para vender caro e se manter assim só funciona em empresas saudáveis, o que não é o caso da Sony. O que se questiona é: a Sony vai ter bala pra lançar o PS5 daqui a 5 anos? — pergunta Pablo Miyazawa, jornalista especializado em cultura pop.

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