Itapema FM | 26/11/2014 06h28min
Cativar os olhos do público, apresentá-lo a um mundo mágico e contar uma bela história. A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, de Joinville, tem duas horas para cumprir essas metas e conquistar uma única recompensa: os aplausos do plateia. Só que colocar tudo isso em prática exige o esforço de um verdadeiro batalhão de bailarinos, técnicos e artesãos. Ainda mais porque a instituição almeja ir além do que reproduzir O Quebra-nozes, um dos mais populares clássicos de balé, mas transformá-lo em uma experiência visual inédita.
O que se verá no palco do Centreventos Cau Hansen, em Joinville, na noite desta quarta-feira – os ingressos esgotaram com uma semana de antecedência – é uma remontagem que exigiu um ano de preparação. Ela começou em novembro de 2013, com a vinda do bailarino russo Vladimir Vasiliev ao Brasil para as primeiras instruções coreográficas. A versão assinada pelo patrono fundador do Bolshoi no Brasil é visualmente inspirada em seus desenhos a lápis e aquarela, e telas assinadas por Vasiliev surgirão no espetáculo como parte do cenário.
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Para materializar a criação do ícone do balé, a equipe da instituição precisou se desdobrar para conciliar o funcionamento normal das aulas com a movimentação de uma produção que contou com o empenho de todos os funcionários.
– Deve ser levado em consideração que somos uma escola, e não uma companhia profissional. No entanto, queremos proporcionar aos alunos a experiência real de um grande espetáculo. Quanto mais cedo eles tiverem esta experiência, melhores profissionais serão – avalia a coordenadora de produção, Sylvana Albuquerque.
Cada etapa da confecção dos elementos cênicos, criação de cenário, figurinos, montagem da trilha e mapa de luz foi tratada com minúcia para se alcançar um alto padrão de qualidade, desde a roupa das bonecas – réplicas perfeitas dos figurinos usados pelos bailarinos – ao acabamento de trajes luxuosos de época.
– Toda a mobília posta em cena, até os papéis das caixas de presentes, passou por pesquisa para nos aproximarmos ao máximo do que era usado na época proposta pelo balé (fim do século 19).
Os materiais não encontrados em Joinville foram encomendados de São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Alemanha, como as bambolinas e pernas (cortinas cênicas laterais) e o tule no qual serão projetadas as imagens criadas por Vasiliev. Outro exemplo de cuidado com os detalhes está no tratamento dado às perucas: para que os fios sintéticos ficassem com um aspecto real, foi contratado um serviço especializado na Capital, que envelheceu as mechas e deu um visual de época aos penteados.
– Nada foi reproduzido como nas versões já apresentadas. Será um O Quebra- nozes personalizado a partir da visão do Vasiliev – define a coordenadora.
A produção, com os custos para a vinda do diretor, pagamento dos serviços e contratação de profissionais especializados tanto para criação quanto para o dia da apresentação – ao todo, 215 pessoas estarão envolvidas, entre a parte artística e técnica – custou R$ 631 mil, bancados por meio da política de patrocínios culturais da Petrobras. Como contrapartida social, a escola fará uma apresentação extra para alunos do Programa Educacional de Resistência às Drogas de Joinville.
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