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Itapema FM  | 15/11/2014 06h03min

Obras de espaços culturais em Porto Alegre já duram mais de 10 anos

Zero Hora examina o que ainda falta ser feito em cinco projetos em andamento na Capital

Fábio Prikladnicki  |  fabio.pri@zerohora.com.br

Há tempos, Porto Alegre sofre com o atraso crônico na construção e na reforma de grandes espaços culturais. Os motivos geralmente gravitam em torno da falta de verba, embora a burocracia também seja um elemento relevante. Zero Hora acompanha, anualmente, o andamento das obras, relatando o que já foi feito e apontando o que está por vir.

O maior atraso é do Multipalco, complexo ao lado do Theatro São Pedro em construção há 11 anos. Nesse intervalo, o orçamento pulou de R$ 28 milhões para R$ 50 milhões. Embora diversas etapas já tenham sido entregues, como o estacionamento, o público hoje não tem a possibilidade de assistir a um espetáculo no Multipalco: a concha acústica, concluída em 2009, não está em funcionamento, e o teatro principal e o teatro-oficina ainda não estão concluídos (o tradicional Theatro São Pedro, no entanto, segue em plena atividade).

Já o Cine Capitólio, projeto que completa 10 anos, está praticamente pronto, mas ainda aguarda a chegada de dois projetores e a liberação dos bombeiros. Também parece próxima do fim a reforma da fachada da Casa de Cultura Mario Quintana, que será entregue em dezembro – a modernização dos equipamentos está prometida para 2015.

Compare as obras em 2013 e 2014:

Ainda há o caso de teatros municipais que aguardam reforma, como o Renascença, a sala Álvaro Moreyra e o Teatro de Câmara Túlio Piva, este atualmente fechado.

Das obras acompanhadas desde 2011 por Zero Hora, apenas a reforma do Auditório Araújo Vianna foi entregue – em 2012, após sete anos fechado. Confira a situação de cada uma:

MULTIPALCO

Desde quando: 2003
Previsão inicial: 2006
Orçamento: passou de R$ 28 milhões a R$ 50 milhões
Previsão atual: cerca de 500 dias após a captação da verba que falta (R$ 20 milhões).
O que foi feito: estacionamento, concha acústica, restaurante e salas administrativas. Em outubro, foram entregues a Sala da Música Gerdau, a subestação transformadora e diversas instalações.
O que falta: teatro principal, teatro-oficina, sala do corpo de baile e salas de atividades múltiplas. Nesta semana, o projeto de financiamento do ar condicionado foi enviado ao Ministério da Cultura (para aprovação para captação pela Lei Rouanet) e para o BNDES, que o Multipalco espera que seja o patrocinador. O orçamento do teatro principal será enviado em breve para a Lei Rouanet e para a LIC estadual, segundo José Roberto Diniz de Moraes, presidente da associação de amigos do teatro.

CINEMATECA CAPITÓLIO

Desde quando: 2004
Previsão inicial: 2006
Previsão atual: não há data de inauguração
Orçamento: R$ 6,5 milhões, dos quais R$ 6,2 milhões foram realizados
O que foi feito: praticamente toda a obra
O que falta: aprovação do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) pelos bombeiros e chegada de dois projetores 35mm. A obra está em fase de adaptações para se adequar ao PPCI. Ainda falta a liberação de dois projetores que serão doados por uma rede de cinemas, mas os equipamentos serão liberados apenas depois que a empresa receber seus novos projetores digitais, que estão retidos na alfândega, conforme Marcus Mello, coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. Duas pessoas da área administrativa já trabalham no prédio

CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA

Desde quando: em 2007, foram instalados tapumes; em julho de 2013, a reforma teve início
Previsão inicial: 2014
Previsão atual: 2014 (primeira parte da reforma) e 2015 (segunda parte)
Orçamento: R$ 8 milhões
O que foi feito: a restauração da fachada do prédio será entregue na primeira semana de dezembro, segundo Manoel Henrique Paulo, diretor da CCMQ
O que falta: o financiamento de R$ 8 milhões do Banrisul ainda prevê uma segunda etapa de reformas que diz respeito à modernização do espaço cultural, envolvendo a climatização de três salas (Bruno Kiefer, Carlos Carvalho e Luiz Cosme), compra de filmes com audiodescrição e audiolivros para a inclusão e mudança dos equipamentos de luz e som dos teatros. Essa segunda etapa aguarda análise técnica do Ministério da Cultura. A previsão é que seja iniciada e concluída em 2015

CAIXA CULTURAL PORTO ALEGRE

Desde quando: 2009
Previsão inicial: 2010
Previsão atual: não antes de 2016
Orçamento: passou de R$ 24 milhões a R$ 36,4 milhões
O que feito: em 2011, uma grande rocha encontrada na obra foi removida após impasse sobre o que fazer. Na ocasião, o arquiteto responsável informou que a localização do prédio – na parte da Rua dos Andradas onde não circula carro – dificulta o acesso dos equipamentos
O que falta: a Caixa Econômica Federal informa, por meio de sua assessoria, que está em processo licitatório para a escolha da empresa que executará as obras. A licitação está na fase de análise formal e técnica das propostas. O prazo estimado para a realização das obras é de 18 meses após a contratação da empresa vencedora

SALA SINFÔNICA DA OSPA

Desde quando: março de 2012
Previsão inicial: 2014
Previsão atual: 2016
Orçamento inicial: R$ 35 milhões
O que já foi feito: as duas etapas das fundações já estão concluídas
O que falta: toda a parte acima do solo. Em abril, foi iniciada a terceira e atual fase, que diz respeito ao prédio propriamente dito. Em outubro, a empresa vencedora da licitação pediu a paralisação da obra para a realização de ajustes em relação às fases já realizadas. O prazo contratual para a conclusão dessa etapa é de 540 dias. Depois, virá a última fase, relativa a acabamentos, instalações (elétrica e climática) e mobiliário. O orçamento deve ficar em torno da previsão inicial, segundo Ederson Machado, diretor-geral da Secretaria de Obras do Estado.

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