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Itapema FM  | 13/11/2014 07h02min

Filme relembra a saga de Joãosinho Trinta

Longa sobre o carnavalesco mais popular da história se concentra em um momento crucial de sua carreira: o Carnaval do Rio de 1974

Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br

A frase tornou-se célebre: "Povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual". A máxima resume a visão criativa de seu autor – e serve também de mote para a cinebiografia Trinta. O filme que entra em cartaz hoje esboça a figura de Joãosinho Trinta (1933 – 2011) concentrando-se em um momento crucial de sua carreira: o Carnaval do Rio de 1974, em que, às vésperas do desfile, assumiu a missão de colocar a escola de samba Salgueiro na avenida, ao mesmo tempo em que estreava como carnavalesco. Quem interpreta na tela o responsável por transformar a festa mais popular do Brasil em uma luxuriante ópera de rua é Matheus Nachtergaele. O ator encarna com paixão e convicção o maranhense João Clemente Jorge Trinta, que chegou ao Rio de Janeiro no início da década de 1950 e começou sua trajetória artística no Theatro Municipal carioca – primeiro como bailarino clássico, depois trabalhando nos figurinos, adereços e cenários de montagens operísticas.

Comentário: Vida de Joãosinho Trinta rende enredo de filme e Carnaval

O longa de Paulo Machline – diretor do drama Natimorto (2009) e do documentário A Raça Síntese de Joãosinho Trinta (2009) – relembra esses contatos do futuro carnavalesco com a grande arte para explicar a revolucionária contribuição desse artesão da folia. Conhecido então como Joãosinho das Alegorias, o protagonista é convocado às pressas no final de 1973 para substituir Fernando Pamplona (Paulo Tiefenthaler, o hilariante apresentador do programa Larica Total, do Canal Brasil), depois que o carnavalesco brigou com o presidente do Salgueiro. Há uma década trabalhando como ajudante de Pamplona, Joãosinho topa o desafio – mas terá antes que enfrentar a desconfiança e mesmo a hostilidade de colegas como o diretor de barracão Tião (Milhem Cortaz).

O roteiro de Trinta acerta ao orbitar a trama em torno da luta de Joãosinho para fazer valer sua concepção no inovador desfile O Rei da França na Ilha da Assombração, conduzindo a narrativa com segurança – ainda que de maneira um tanto convencional – até o apoteótico final. Mas o grande trunfo do filme é mesmo a excelência do elenco, em que se destacam também a bela Paolla Oliveira como Zeni, mulher do cenógrafo Pamplona, e Fabrício Boliveira (o João de Santo Cristo do filme Faroeste Caboclo) no papel do ajudante Calça Larga.

Fox Filmes / Divulgação

Matheus Nachtergaele encarna no cinema o inovador Joãosinho Trinta
Foto:  Fox Filmes  /  Divulgação


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