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Itapema FM  | 10/11/2014 12h28min

O fabuloso retorno de Pierre Jeunet, diretor de "Amélie Poulain"

"Uma Viagem Extraordinária", em cartaz na Capital, mistura iconografia americana com estilo visual retrô francês

Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br

O francês Jean-Pierre Jeunet chamou a atenção em sua estreia com Delicatessen (1991), comédia de humor negro meio surrealista codirigida por Marc Caro. Em Uma Viagem Extraordinária, o diretor adaptou para a iconografia norte-americana o estilo visual de tom retrô francês característico de seus trabalhos.

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O prodigioso T. S. Pivet é um garoto que sai sozinho da fazenda da família no meio oeste dos EUA para receber um prêmio científico em Washington. Gênio que passa despercebido pelos pais esquisitões, T. S. (Kyle Catlett, da série The Following) empreende uma viagem de trem em que encontra personagens e paisagens da América, narrada no típico tom de fábula das histórias do cineasta de Ladrão de Sonhos (1995).

— É um falso filme americano. Foi filmado no Canadá e nos EUA, mas é uma produção francesa. Por quê? Porque precisava de liberdade — diz Jeunet, em entrevista a ZH.

O elenco de Uma Viagem Extraordinária inclui a atriz inglesa Helena Bonham Carter, musa dos filmes do diretor Tim Burton, que interpreta a mãe do pequeno protagonista — uma cientista obcecada por sua coleção de borboletas.

— Eu a conheci durante as filmagens de Clube da Luta (de David Fincher), e ela me disse: "Quero trabalhar com você!". Quero voltar a filmá-la — conta Jeunet.

Realizador de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001), o diretor conta que ainda é perseguido pelo maior sucesso de sua carreira:

— Em uma loja no Rio, a atendente me mostrou uma tatuagem da Audrey Tautou como Amélie. Moro do lado do café da personagem em Paris (Café des 2 Moulins) e já encontrei lá pessoas visitando por causa do filme. Isso me deixa orgulhoso. Você quer ter esse sucesso em todos os filmes, mas não funciona assim. É uma vez na vida.

ENTREVISTA

Jean-Pierre Jeunet — Diretor

Por que você quis filmar Uma Viagem Extraordinária em 3D?

Demorei três anos para filmar em 3D e acho que ficou bonito. A Variety (revista especializada em cinema) disse que é o melhor filme em 3D já feito. E é verdade, porque tem a ver com o conceito do filme. Eu concebi o longa em 3D: em cada desenho de cena que fazia, havia coisas flutuando no ar que dava vontade de pegar. Quando eu era criança, imaginava os livros que lia assim. Trabalhei com o mesmo pessoal que fez o 3D em A Invenção de Hugo Cabret, e ficamos muito tempo na pós-produção corrigindo tudo para que ficasse perfeito.

Como você chegou ao livro do autor Reif Larsen?

Tem um cara que contrato para procurar livros para mim. E foi ele que me mostrou esse romance. Li em uma noite e me encantei imediatamente. Quando falei pela primeira vez com o autor, foi como se tivesse encontrado um irmão menor. Temos exatamente o mesmo espírito.

Conte como foi a escolha do pequeno protagonista Kyle Catlett?

Depois de procurar dezenas de garotos, vi esse garotinho pelo Skype. Ele fala cinco línguas, é muito esperto, foi campeão mundial de artes marciais aos sete anos. Durante as filmagens, ele nunca reclamava, nunca se cansava, é muito forte. Espero que ele passe bem pela adolescência e possa se tornar uma estrela.

Veja o trailer de Uma Viagem Extraordinária:

* Segundo Caderno

ZERO HORA
Jan Thijs / Unit Photography OR Gallery

Filme retrata a história de um garoto que sai sozinho da fazenda da família no meio oeste dos EUA para receber um prêmio científico em Washington
Foto:  Jan Thijs  /  Unit Photography OR Gallery


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