O depoimento é do músico e professor da UFRGS Celso Loureiro Chaves:

– Quanto mais toco a música do Armando, mais me vem uma palavra para classificar a música dele: “inclassificável”. Para mim, é um mistério como ele fez tudo isso quase escondido na Cidade Baixa...

Armando, para os menos íntimos, é Armando Albuquerque (1901 – 1986). Um dos grandes compositores brasileiros do século 20, o porto-alegrense será homenageado no projeto Unimúsica em concerto nesta quinta-feira (6/11), às 20h, no Salão de Atos da UFRGS (Paulo Gama, 110). Neste ano, o Unimúsica reverencia compositores que têm ou tiveram relação com a Capital e com a universidade.

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Celso apresentará trabalhos de Armando ao piano. O repertório lhe é familiar: foi aluno do mestre nos anos 1970 e lançou, em 2001, o disco Uma Ideia de Café, com obras dele para o instrumento. Ao lado do pianista, a atriz e professora Mirna Spritzer recitará poemas de autores com quem o compositor dialogou. Celso observa:

– Armando sempre me disse que se dava mais com os poetas do que com os músicos.

Como preparativo para o concerto desta quinta, Celso realiza nesta quarta-feira (5/11), às 16h, na Sala Fahrion (também na Paulo Gama, 110), um encontro sobre Armando, com execuções comentadas de peças dele.

As senhas para o espetáculo devem ser trocadas por um quilo de alimento não perecível no mezanino do Salão de Atos, das 9h às 18h, ou pelo endereço www.difusaocultural.ufrgs.br – onde também é possível se inscrever para o encontro desta quarta.

Um autor versátil

Armando Albuquerque (1901 – 1986) foi um dos compositores de maior destaque surgidos na música de concerto do país no século 20. Escreveu para diferentes formações, como piano, voz e piano, música de câmara e orquestra. Chegou a fazer acompanhamento para filmes mudos no antigo Cinema Colombo. Criou arranjos para a Rádio Difusora e foi programador da Rádio da UFRGS. Não dava aulas em casa, mas abriu uma exceção, nos anos 1950, para um jovem que lhe parecia promissor: João Gilberto.

O QUE VEM AÍ NO UNIMÚSICA

27 de novembro: Vitor Ramil por Chico César

4 de dezembro: Lupicínio Rodrigues por Adriana Calcanhotto

17 de dezembro: Barbosa Lessa por Yamandu Costa e Camerata Pampeana. Regência de Tasso Bangel e direção de Renato Mendonça