Itapema FM | 01/11/2014 06h01min
Começa neste sábado o Ri Catarina, Festival Internacional de Palhaços que traz a Florianópolis grandes mestres mundiais da palhaçaria, como a suíça Gardi Hutter e a norte-americana Hilary Chaplain, além dos brasileiros Turma do Biribinha, de Alagoas, e do coletivo Lume Teatro, de Campinas (SP). A quarta edição ocorre até o dia 9, no Circo da Dona Bilica.
A programação está mais enxuta do que nos anos anteriores em razão do imbróglio com o Governo do Estado, que até o fechamento desta edição não havia confirmado o repasse de recursos do Fundo Estadual de Incentivo à Cultura (Funcultural), embora o projeto estivesse aprovado. Se o aporte for confirmado, a agenda será ampliada, e as apresentações, gratuitas. Caso contrário, não haverá cobrança de ingressos, mas ao final será passado literalmente o chapéu para convidar a plateia a pagar o preço que achar justo. A atitude é também uma provocação ao público a pensar o quanto vale a arte.
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Serão sete atrações em seis dias, três delas internacionais, com espetáculos que apresentam diferentes linguagens: palhaçaria de circo, de teatro, de rua.
— A construção é muito pessoal e individual. Parte de cada artista, de seu corpo e de sua visão de mundo. Tem palhaço que é mais ácido, outros são mais tímidos — diz a atriz Vanderléia Will, intérprete da personagem Dona Bilica e idealizadora do festival junto com Pepe Nuñes.
Referência na Argentina, o palhaço de Nino Costrini, por exemplo, que se apresenta na quinta-feira, é um viajante e seu espetáculo Mundo Costrini tem a linguagem da rua. O personagem é um provocador nato, extravagante e travesso de fino sarcasmo.
A abertura do festival hoje será com Cravo Lírio e Rosa. O espetáculo da Lume Teatro, de Campinas, é construído a partir da interação da clássica dupla de palhaços, imortalizado pelo famoso duo do cinema O Gordo e o Magro.
Entre os representantes de Florianópolis estão a AtrapaTrupe e o Circus Fever, duas companhias consolidadas que pesquisam o palhaço e o circo, respectivamente.
— Praticamente todos os convidados ministrarão oficinas. Daremos continuidade ao evento por meio de formação de artistas e de plateia — diz Vanderleia.
A palhaça suíça Gardi Fringe se apresenta no dia 8 de novembro
Saiba mais sobre o imbróglio que envolve a liberação de verba do Funcultural
Até sexta-feira a produção do Ri Catarina não tinha certeza se receberia recursos do Funcultural. O projeto foi aprovado em todas as instâncias da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e desde o dia 1º de outubro até anteontem apresentava no Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal (Sigef), onde são cadastrados as propostas, o status "em análise — secretário".
— A organização solicitou R$ 130 mil, mas por força da legislação o evento não pode receber quantia maior do que a edição anterior, que foi R$ 80 mil. Isso foi informado, e o valor não foi aceito — disse o secretário da SOL, Filipe Mello, por volta das 17h20min de quinta-feira.
Os produtores afirmam não ter recebido nenhuma informação a respeito da readequação de valores. Às 17h47 de quinta, após ter entrado em contato com a secretária de Filipe Mello, eles receberam um email do Sigef que finalmente apontava necessidade de alterações. Na sexta os organizadores fizeram a readequação e agora aguardam com expectativa a liberação ou não do recurso.
Entenda o caso:
Para receber recursos do Fundo, projetos devem ser cadastrados no Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal (Sigef) e passam pela análise da Diretoria de Políticas de Desenvolvimento Integrado de Lazer (PDIL), que verifica se está tudo de acordo com a legislação (Lei Estadual 13.336). Depois seguem para as análises do Sistema Estadual de Incentivo ao Turismo, Cultura e Esporte (Seitec), do Conselho Estadual de Cultura (CEC), do Comitê Gestor (formado pelo secretário, pela presidente da Fundação Catarinense de Cultura e por um membro do CEC). Finalmente chegam ao secretário, que faz a homologação, e vão para a Casa Civil. Se aprovados, retornam para a SOL para assinatura de contrato e pagamentos.
O projeto Ri Catarina foi cadastrado na categoria Realização de Festivais Artísticos e Culturais do 2º Semestre 2014 e entregue aos responsáveis na SOL em abril. O valor solicitado inicialmente foi de R$ 157 mil, para nove dias de evento e 16 atrações em Florianópolis, com extensão para outras cidades por meio de parcerias com Sesc e prefeituras. Ao longo da tramitação foram feitas diversas readequações. No parecer do dia 21 de julho, o valor aprovado pelo CEC era de R$ 149.625.
Histórico
— 1ª edição foi realizada com recursos do Funcultural no valor de R$ 100 mil
— 2ª edição teve patrocínio da Unimed Florianópolis via Lei Municipal de Cultura, no valor de R$ 70 mil
— 3ª edição teve apoio da Funarte e do Ministério da Cultura via Premio Carequinha de Estímulo ao Circo, com aporte de R$ 90 mil, além de R$ 80 mil do Funcultural
Agende-se
O quê: 4º Festival Internacional Ri Catarina
Quando: hoje e amanhã e entre os dias 6 e 9
Onde: Circo Dona Bilica (Rua Manoel Pedro Vieira, 601, Morro das Pedras, Florianópolis)
Quanto: gratuito (será passado um chapéu para o público pagar o preço que considerar justo)
Informações: circodonabilica.com.br / (48) 3028-3351
Programação
Sábado, às 21h: Cravo Lírio e Rosa, do Lume Teatro (Campinas/ SP)
Domingo, às 19h: Super Banda, do AtrapaTrupe (Florianópolis)
Quinta (6), às 20h: Mundo Costrini, de Nino Costrini (Argentina)
Sexta (7), às 20h: Circo Mané, do Circus Fever (Florianópolis)
Sábado (8), às 21h: Joana D'arpo, de Gardi Hutter (Suiça)
Domingo (9): Um Conto Mágico de Circo, da Turma do Biribinha (Alagoas), às 18h, e A Life In Her Day, de Hilary Chaplin (EUA), às 20h
DIÁRIO CATARINENSE
Espetáculo "Cravo Lírio e Rosa", do Coletivo Lume Teatro, abre o Ri Catarina no sábado
Foto:
Ri Catarina
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