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Itapema FM  | 24/10/2014 09h02min

Joalheria étnica inspira exposição 'Desiderium', no Masc, em Florianópolis

Curador de arte Fernando Boppré visitou e analisou quatro exposições em cartaz no museu

Atualizada às 12h14min Layse Ventura  |  layse.ventura@diario.com.br

Desiderium, que nasceu de uma pesquisa do mestrado em Artes na Unicamp, tem quatro partes. A primeira é uma série de 30 peças em prata, bronze e cobre que evocam a joalheria antiga e étnica. Utilizando o formato desses objetos como moldes, Rosana Mariotto gerou o segundo conjunto de obras em grafite sobre a parede. Em um terceiro momento, a partir da observação, desenhou 24 peças. Por fim, sob nova perspectiva, foram produzidas 12 gravuras em metal, usando como matriz a chapa de cobre.

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A ligação entre artesã e artista fica evidente nas obras. Se por um lado os adornos em metal têm função prática, criadas a partir da fundição e forja, desenhos e gravuras exploram a sensibilidade em torno desses objetos, reforçando a ideia do belo como função em si.

Especificamente sobre as joias, é possível pensar uma relação entre utilidade e simbolismo, que remonta à Idade do Cobre, há 10 mil anos. A partir desse período, os metais foram sendo descobertos e incorporados ao cotidiano, tanto para a produção de utensílios, como para a decoração. Ao serem usados em adornos, a raridade do metal evoca significados – de masculino e feminino, por exemplo – e as formas revelam novas representações.

Segundo a artista, as peças trabalham a questão do sexo feminino e seu significado. A ideia inicial foi fundamentada em amuletos de fertilidade - que em si mesma é o desiderium, o desejo de ter algo que não se tem. Porém, outras reflexões surgiram e encorparam o projeto, como as dicotomias entre presença e falta, vida e morte, corpo e alma.

Análise de Fernando Boppré

>> Rosana trabalha uma questão mais da antropologia, de uma pesquisa em torno de objetos sociais e culturais. A partir do seu encontro com o objeto, ela mesma tenta refazê-lo.

>> É uma espécie de coleção de símbolos de feminilidade, que perpassam várias culturas.

>> A repetição do processo de variar não chega necessariamente a um resultado poético diferente.

Agende-se

O quê: primeiro ciclo do edital de Exposições Temporárias do Masc, com Tellus, de Betânia Silveira (SC); E o Silêncio Nagô Calou em Mim, de Denise Camargo (DF), À Beira do Vazio, de Fernanda Valadares (RS); e Desiderium, de Rosana Mariotto (SP)

Quando: até 23 de novembro. De terça a sábado, de 10h as 20h30min; domingos e feriados, das 10h as 19h30min

Onde: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), no CIC (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Informações: (48) 3664-2630

DIÁRIO CATARINENSE
Alvarélio Kurossu / Agencia RBS

Para Boppré, exposição é um conjunto de símbolos de feminilidade
Foto:  Alvarélio Kurossu  /  Agencia RBS


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