Roger Lerina*  |  roger.lerina@zerohora.com.br

Lulu Santos está lançando seu 25º álbum, Luiz Maurício. Confira entrevista com o músico sobre o trabalho:

Na música Luiz Maurício, faixa que abre o disco em versão remix hiperdançante, você começa dizendo que não entende de política nem gosta de filosofia, mas ironicamente acaba fazendo uma reflexão na letra. É um álbum para dançar e pensar?

Você me lembrou um verso dos Pet Shop Boys, de um disco recente deles, sobre música pop: "Tão profundo e tão superficial". Tem que pegar dos dois jeitos. O disco não foi pensado antes para ser assim, é uma questão de desenho. Quando fiz o disco Lulu Canta & Toca Roberto e Erasmo (2013), escolhi em qual área de MPB sou efetivo. Não estou aqui para resolver as dicotomias do samba ou coisa assim. Não sou filósofo nem historiador, sei fazer o que sei fazer. Ter esse entendimento ajuda a eu mesmo entender meu trabalho.

Lulu Santos mostra pop revigorado em "Luiz Maurício"

Essa espécie de pacificação artística consigo próprio é recente?

Esse é meu 25º trabalho. Os últimos 10, do Acústico (2000) para cá, foram muito confusos, embaralhados. Havia uma mistura de desejos e necessidades não exatamente aglutinados. O laser da minha energia não estava agregando suficientemente. E é difícil depois de tanto tempo de carreira alguém dizer que você está patinando. Tive a decisão de abortar esse disco quando ficou pronto, lá por 2011, porque não estava satisfeito. Retomamos o trabalho em 2013, e também não ficou legal. Me deu uma angústia enorme, era a segunda vez que eu tentava!

E o que mudou o rumo dessa história?

Faltava colaboração. Sou um individualista por natureza, não é muito o jeito da coletividade artística reinante. Mas, quando liguei para o Memê e mostrei o trabalho, ele me propôs outro caminho. Ele foi fundamental para a finalização desse projeto, porque meus discos têm que dialogar com o pop atual.

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*O repórter viajou a convite da gravadora Sony Music

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