Um dos aspectos mais interessantes de um festival é a possibilidade de num curto espaço de tempo conhecer e prestigiar artistas de todo o país, aprender com eles e ao mesmo tempo expandir nossos sentidos - a arte tem esse poder. Com cortejo cênico pelas ruas centrais, começa hoje em Florianópolis o 21º Festival de Teatro Isnard Azevedo. A abertura ao ar livre é inédita e será com o espetáculo Subo para esquecer o que de baixo já não consigo ver, da companhia mineira Carabina Cultural. A performance vai partir do Largo da Alfândega até o Largo da Catedral.

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O evento ocorre até 25 de outubro em 27 centros culturais no Centro, interior da Ilha e Continente. São 38 espetáculos de 22 companhias teatrais de seis estados. Os números mostram o quanto o festival cresceu e principalmente o quanto a cidade mudou (ainda que estejamos longe do ideal) para abraçar a produção cênica.

— Já no primeiro ano a cidade acordou e queria assistir. Hoje existe uma cena aberta nas comunidades, nas ruas e o evento é reconhecido pelas pessoas — comemora Sulanger Bavaresco, diretora do festival.

Quer saber como será o cortejo pelas ruas centrais de Florianópolis?

PROGRAMAÇÃO DIVERSIFICADA

O número recorde de grupos inscritos, 416 no total, reflete a representatividade do evento no país. Permitiu também uma curadoria criteriosa de três especialistas de fora da cidade, que selecionaram 19 espetáculos. As demais peças fazem parte do Circuito Universitário, com 11 companhias da Udesc e três da UFSC. A programação paralela contempla ainda Roda de Negócios (dia 22), debate sobre crítica teatral (dia 21) e oficina teatral (dias 22 e 23).

Confira sugestões de espetáculos imperdíveis feitas pelo jornalista, pesquisador e crítico de teatro Valmir Santos, coordenador do site Teatrojornal - Leituras de Cena.

Gerações mineiras

A presença do prestigiado e balzaquiano Grupo Galpão (Gigantes da Montanha), catalisador dos palcos e ruas de Belo Horizonte, dialoga com o frescor e a solidez dos núcleos Espanca! (Líquido Tátil) e Quatroloscinco (Get Out).

Atuadores

O Ói Nóis gaúcho traz uma performance centrada nos desaparecidos das ditaduras civil-militares (Onde? Ação Nº 2) e um encontro memorável com Tânia Farias, atriz singular no panorama brasileiro expondo a gênese de personagens recentes (Desmontagem Evocando os Mortos - Poéticas da Experiência)

Romeno

A dramaturgia de Matéi Visniec (1956) desembarca no Brasil com forte apelo nos últimos meses. Radicado na França, onde foi refugiado político, destila criticidade e bom humor, vide a codireção de Antonio Abujamra com a paulista Cia. Anjos Pornográficos (A História do Comunismo Contada aos Doentes Mentais)

Agende-se

O quê: Festival Isnard Azevedo - Floripa Teatro
Quando: 17 a 25 de outubro
Onde: em 27 centros culturais de Florianópolis
Quanto: Gratuito. Ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes do início dos espetáculos. Cada pessoa pode retirar até dois bilhetes.
Informações: www.floripateatro.com.br