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Itapema FM  | 10/10/2014 15h38min

Jovens desembarcam em SC e participam de Concurso de Canto Aldo Baldin

O catarinense, que dá nome ao evento, conquistou a Europa nos anos 80, quando foi considerado um dos maiores tenores do mundo

Kiara Domit  |  kiara.domit@diario.com.br

Desde 2010, o amor pela arte conduz Yves Goulart, de 39 anos, a uma odisseia para eternizar em um documentário a história do tenor catarinense Aldo Baldin. Uma prévia do filme do cineasta de Urussanga, que hoje vive em Nova York, será exibida amanhã, na abertura do Festival Nacional do Canto Aldo Baldin, em Florianópolis.

Para fazer as entrevistas e incluir nuances da vida do cantor, Goulart já percorreu quatro cidades brasileiras (Porto Alegre, Passo Fundo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), além da Argentina, Alemanha, Áustria, Inglaterra, Estados Unidos, Bélgica, Itália, Espanha e França. Ele acredita que ainda levará entre dois e três anos para finalizar o projeto. Fazem parte do filme Irene Fleisch Baldin, viúva de Aldo, e suas filhas, Sofia e Serena, que vivem até hoje na Alemanha.

– O que me motivou foi o resgate histórico dele como tenor. No país da chuteira não temos muita familiaridade, ninguém sabe direito o que é um tenor. Quis reorganizar a história do Aldo, que ainda está muito concentrada na Alemanha, e falar sobre a trajetória dele, que saiu de uma cidadezinha pequena como Urussanga para ganhar o mundo – diz Goulart.

O cineasta dividiu com o Anexo parte das informações coletadas até o momento. Confira abaixo um pouco da trajetória do cantor que dá nome a um dos maiores eventos de canto lírico do Brasil.

O início

Aldo Baldin começou menino cantando em um coral em Passo Fundo (RS). Foi ali que despertou seu amor pela música e descobriu que tinha uma voz de tenor, raríssima. Depois foi para Porto Alegre, onde teve aulas com Heloisa Nemoto Vergara, que o incentivou a procurar outros mestres fora dali. Ele então foi para o Rio de Janeiro e conheceu a professora Eliane Sampaio, que já tinha feito aulas de musica na Alemanha. 

Ida para a Alemanha

Além de técnica vocal, a professora Eliane conhecia todo o mecanismo para se estudar na Alemanha. Foi ela que abriu as primeiras portas para ele, colocando-o em contato com Karl Richter, um dos maiores maestros do mundo. Sem falar alemão, Aldo cantou uma música de Bach e conseguiu a carta de referência que o levou para a Europa em 1969. Depois disso, nunca mais voltou a viver no Brasil. Vinha uma ou duas vezes por ano para se apresentar e visitar parentes e amigos.

Atleta da voz

Aldo era vaidoso, tinha consciência do seu valor e talento. Mas não ostentava o orgulho natural de artistas inseguros. Tratava as pessoas com respeito, porém tinha suas convicções como profissional. Era muito exigente com os alunos e muitas vezes pegava pesado. Por outro lado, era muito amigável também. Dava aulas de graça se o aluno não podia pagar. Inclusive hospedou muitos estudantes do Brasil e da América do Sul. Ele ajudava se o músico tivesse talento. Para estar entre os melhores no mundo tinha muita disciplina e estudos diários da voz.

Cem discos e um Grammy

O tenor catarinense trabalhou com os maiores regentes europeus, como Helmuth Rilling, Rolf Beck, Sir Neville Marriner, Peter Schreier, Karl Richter e Herbert Von Karajan. Gravou mais de cem discos e ganhou um Grammy em 1981 com o álbum A Criação, de Haydn. Foi catedrático na Escola Superior de Música de Karlsruhe. Morreu precocemente, em 1994, aos 49 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

DIÁRIO CATARINENSE
Yves Goulart / Arquivo pessoal

Documentário resgata história do tenor Aldo Baldin
Foto:  Yves Goulart  /  Arquivo pessoal


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