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Itapema FM  | 10/10/2014 10h37min

Da araucária para o bar: pinhão vira cerveja na Serra de SC e vai para a Europa

Produzida em Lages, Frostbier representará o Brasil em festival internacional de bebidas na Itália

Atualizada às 13h39min Pablo Gomes  |  pablo.gomes@diario.com.br

Cozido, assado ou moído. Não importa. O pinhão é sempre bem-vindo à mesa. E em Santa Catarina, o assédio é ainda maior devido à grande presença de araucárias em todas as regiões.

Na Serra, maior produtora do Estado, a média histórica é de 12,5 milhões de quilos por ano. A quantidade colhida varia a cada safra, mas o que nunca muda é o sabor inconfundível e a riqueza gastronômica da semente do pinheiro brasileiro.

Paçoca, entrevero, carne recheada, pizza, pastel e até sobremesas doces. Sobram pratos à base de pinhão. Mas faz algum tempo que outra preciosidade começou a conquistar os paladares mais exigentes, e a coisa ficou tão boa que já repercutiu até fora do país.

Formado em Economia, pós-graduado em Gestão Empresarial, músico, professor de capoeira e há 20 anos no ramo alimentício, inclusive tendo um curso técnico em química de bebidas e alimentos no currículo, Anderson Fabiano Varela, 35, é dono de um bar no centro de Lages.

Apreciador de cervejas especiais e exóticas, ele dificilmente consome alguma bebida que não seja importada ou artesanal, e chegou a ter 280 rótulos diferentes à disposição dos clientes.

Até que há seis anos decidiu fazer a sua própria cerveja. Escolheu a palavra “Frost”, algo como “geada”, em inglês, para homenagear a Serra Catarinense, região mais fria do Brasil e onde nasceu. E começava ali uma história que está prestes a tomar proporções internacionais.

 
Anderson aprecia cervejas especiais. Foto: Pablo Gomes, Agência RBS

Aderindo ao movimento Slow Bier, integrante do Slow Food e cujo objetivo é promover a chamada Ecogastronomia por meio da valorização de produtos típicos, da natureza, do trabalho e da economia regional, Anderson encontrou no pinhão o que procurava. 

— Defendo a araucária não como uma fonte de madeira, mas de renda pelo pinhão. Me associei a grupos de produtores pensando justamente na questão da sustentabilidade.

Avermelhada, encorpada, com sabor frutado e de espuma cremosa, a Frostbier é uma cerveja da família Ale com teor alcoólico de 5,8% e que sugere ser acompanhada por carnes fortes, frango grelhado, salmão, pizza de calabresa e frios como queijo e salame.

E essa belezura foi convidada pelo Slow Food a participar dos dias 23 a 27 de outubro em Turim, na Itália, do Terra Madre, um festival que contará com cervejas especiais de todo o mundo.

Com a oportunidade de promover a Frostbier na Europa, Anderson espera ampliar a produção, atualmente de 160 a 200 litros por semana. Por enquanto, a cerveja é vendida apenas no bar, mas Anderson já providenciou toda a parte burocrática para poder revendê-la no comércio.

E quando isso acontecer, ele pretende reduzir pela metade o preço do produto, hoje em R$ 15 a garrafa de 600 ml, para torná-lo mais acessível e implantar uma nova cultura na Serra de SC. 

— Antes o lageano só consumia vinho, mas agora está começando a degustar cerveja. Não existem cervejarias artesanais por aqui, e quero colocar a região na rota das grandes cervejas.

 
Frostbier é feita no bar de Anderson. Foto: Pablo Gomes, Agência RBS

ONDE ENCONTRAR A FROSTBIER

* Casarão Rock and Roll Bar

* Rua Emiliano Ramos, 425 (Via Gastronômica), no centro de Lages

* A garrafa de 600 ml custa R$ 15

* Vendas somente no bar, que também aceita encomendas

* Contato pelo telefone (49) 9948-3614 ou pelo Facebook, na página do bar ou no perfil de Anderson Fabiano Varela.

DIÁRIO CATARINENSE
PABLO GOMES / Agencia RBS

Com a Frostbier, o microempresário Anderson Varela quer incluir a região na rota das cervejas
Foto:  PABLO GOMES  /  Agencia RBS


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