Atualizada às 14h10min Carol Macário  |  caroline.macario@diario.com.br

Por Aqui é uma coluna semanal sobre a produção artística da Grande Florianópolis. Microjornalismo para difundir, refletir e debater temas em pauta na área cultural.

Não tem paisagem, mas tem grafite

Se a Lagoa da Conceição está escondida por causa das muitas construções no bairro, seis grafiteiros de Florianópolis se uniram para suavizar o impacto visual da urbanização. No último domingo Dogz, Osono, Altus Baita, Alma Set3, Gron e Duz Araçá começaram uma criação coletiva no muro localizado no começo da Avenida das Rendeiras. Uma parede que já nem era percebida pelas pessoas e que cobre a paisagem da lagoa. A obra ainda não está pronta, mas já mudou o astral do lugar. Tradicionalmente a região é território de artistas urbanos - seus muros, paredes e até caixas de luz são um museu a céu aberto.

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Arte e urbanidade

A cultura urbana vem fazendo o mesmo movimento que o samba fez no passado - o de sair da marginalidade para cair no gosto popular. Na Grande Florianópolis é uma expressão volumosa, especialmente na dança. Tanto é que na próxima semana São José realiza seu primeiro Festival de Culturas Urbanas, evento específico sobre todas as manifestações artísticas em torno do hip hop e da grafitagem. Vai ter prêmio para a disputa das batalhas de dança. A programação é toda gratuita, inclusive os workshops. O encontro ocorre de 17 a 19 de outubro, no Centro Multiuso.

Romeu e Julieta em palhacês

O clássico de Shakespeare Romeu e Julieta volta aos palcos e, desta vez, em palhacês. Na curiosa adaptação do grupo Elefants Núcleo de Arte, o drama dos amantes é contado em versão clown, proposta inovadora de dialogar com público de todas as idades. São usados fragmentos literais do texto original, mas boa parte da peça dispensa palavras e é trazida à cena com elementos visuais. Esta é a segunda homenagem de um grupo catarinense aos 450 anos de nascimento do dramaturgo inglês. Em maio, a Persona Cia de Teatro fez uma bela montagem de Otelo. Romeu e Julieta - Shakespeare para Todos estreia neste domingo, no Teatro Pedro Ivo. Uma boa pedida para o Dia das Crianças.



Linguagem comum a todos

Novo espetáculo de Luiz Canoa é para mergulhar nos limites do próprio ser. No solo Verbi, o Idioma do Caos, ele conecta dança, música e teatro numa abordagem complexa e contemporânea que desconstrói noções de gênero, nações, fronteiras. Com direção de Marisa Naspolini, a peça explora a trajetória humana arquetípica, buscando equivalências entre o indivíduo e a trajetória humana no planeta. A estreia será neste fim de semana no Teatro da Ubro, mas em novembro tem mais.

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