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Itapema FM  | 26/09/2014 07h01min

O Teatro Mágico desembarca em Santa Catarina com show de clássicos e inéditas

Anexo abriu espaço para que leitores entrevistassem o músico. Confira as respostas!

Camila Iara  |  camila.iara@santa.com.br

Era uma vez uma banda que decidiu ir além e construiu uma rede de fãs na internet com canções cujo tema principal era o amor — pelas pessoas, pela arte, pela vida. Os músicos optaram por plateias menores (mas não menos apaixonadas), figurinos bem fora do comum e discos gratuitos, a um clique de distância. Mais de uma década depois, os caminhos do Teatro Mágico seguem iluminados por uma legião de admiradores e a agenda lotada de shows por várias regiões do país. Inclusive em Santa Catarina.

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Para demonstrar quão estreitos são os laços com o público daqui, o Anexo pediu aos fãs que enviassem perguntas ao líder Fernando Anitelli. Desde questões conceituais até preferências literárias, o músico respondeu a algumas delas.

A trupe desembarcou quinta-feira no Estado para divulgar o novo espetáculo, Grão do Corpo, em Chapecó. O concerto chega nesta sexta a Blumenau e passa sábado por Florianópolis.

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Confira as perguntas enviadas pelos fãs e as respostas do vocalista Fernando Anitelli:

Gostaria de saber o que você gostava de ler na sua época de adolescência e quando era mais jovem. E, atualmente, por quais livros você mais se interessa?
(Alex August Schlote, estudante, Blumenau e Gaspar)

Fernando Anitelli: Eu lia muitos quadrinhos! Asterix, Sandman, Chiclete com Banana... Adorava os roteiros, a ousadia, os textos muito bem elaborados! Dali para os livros foi natural, os grandes clássicos como Drummond, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Mario Quintana... E na sequência: Herman Hesse, Sergio Vaz, Mia Couto... E por aí vai!
 
Hoje O Teatro Mágico ganhou proporções muito maiores do que as que tinha há 10 anos, e tudo isso conquistado de maneira independente e se valendo muito da internet como mola propulsora. O que representaram e representam as novas tecnologias, o avanço das mídias ditas alternativas e das redes sociais para o trabalho do grupo?
(Deise Lima, estudante, Salvador - BA)

Fernando: Representa uma nova possibilidade de autonomia, liberdade e fortificação da música independente. Precisamos estar conectados, em rede, dialogando com outros grupos, criando novas possibilidades de propagação e divulgação, fugindo da servidão para com alguns coletivos e tubarões do mercado que dizem representar a música.
 
Como você avalia a evolução musical apresentada pelo grupo, principalmente nos dois últimos álbuns (A Sociedade do Espetáculo e Grão do Corpo), com arranjos voltados para o pop/rock e continuando com a mesma essência poética do início do grupo?
(Henrique Azevêdo Carvalho, economista, Blumenau)

Fernando: É um caminho natural... Músicas novas, vivências outras, assuntos distintos, grooves e timbres. Poxa, pesquisar tudo isso, estudar a melhor maneira para sonorizar ideias é que nos dá personalidade em cada álbum. A poesia é algo que me move constantemente... Não há como eliminar do contexto de nossas composições.

Todos os integrantes já vivem somente do trabalho da banda? Como fica o pensamento socialista versus capitalista que, embora não utilize as gravadoras, faz uso de um marketing pesado nas redes sociais, induzindo ao típico consumo por marketing?
(Nara Palácios Cechella, professora universitária, Criciúma)

Fernando: Como fica o pensamento socialista versus capitalista? Ué? Nós vivemos no capitalismo, precisamos nos relacionar desta maneira com os contratantes e com o nosso trabalho. Lutamos por um país mais justo e igualitário, por acessibilidade à cultura, enfim, tentamos ao máximo propagar nossas querências e ideais, disponibilizamos todo nosso material de maneira gratuita e não vemos mal nenhum em ver as pessoas ganhando por seus respectivos trabalhos. Tudo isso faz parte do aprendizado que a estrada nos ensina. Não ocupamos as rádios e TVs de maneira demasiada, logo, só nos resta a internet como ferramenta aliada na propagação do projeto. O bacana é que isto serve pra todos.

Como tem repercutido, junto aos fãs e críticos em geral, o papel do estilista Marcelo Sommer, que nesta nova fase vem junto ao grupo trabalhar esta nova roupagem?
(Nara Palácios Cechella, professora universitária, Criciúma)

Fernando: Tem repercutido de forma muito bacana. O clipe "O Sol e a Peneira" mostra bem nossa nova fase sob a tesoura e a costura do Sommer. É um equívoco achar que existe alguma contradição  numa parceria tão criativa como essa, é como afirmar que um grupo que começou sem recurso algum tenha que se manter assim até o fim de seus dias... Na verdade, queremos trabalhar com talentos variados de diversas áreas, isso sim é amadurecer e sair da zona de conforto que muitos grupos de sucesso costumeiramente se resguardam.

O amadurecimento musical do grupo tem alguma relação com o amadurecimento de seus fãs mais antigos, que os acompanham há mais de 10 anos, ou é relacionado às atuais exigências dos novos fãs?
(Henrique Azevêdo Carvalho, economista, Blumenau)

Fernando: Nem um nem outro... O amadurecimento surge nas ideias primárias das novas canções, experimentamos, testamos, ouvimos variadas vezes e propagamos na rede, a partir daí o público comenta o que achou.

Vocês remodelaram o grupo e trouxeram uma nova roupagem estética e sonora no novo disco. Isso se refletiu na filosofia de mercado de vocês?
(Deise Lima, estudante, Salvador - BA)

Fernando: É uma necessidade artística fazer diferente do que já fizemos! Todo CD é diferente do anterior, a concepção, os arranjos, os figurinos, o cenário, ou seja, é uma nova peça a se apresentar! Agora em relação à filosofia de mercado, continuamos com a mesma e velha boa relação direta com o público!

Hoje você e sua trupe percorrem todo o país realizando shows mostrando seu trabalho. Vendo sua trajetória até hoje, o que você pode dizer das pessoas de cada canto do Brasil que você conheceu?
(Alex August Schlote, estudante, Blumenau e Gaspar)

Fernando: Todas têm algo peculiar, o sotaque, o ritmo, a ansiedade, os dialetos, as cores e cheiros. Somos uma grande feijoada étnica e isto é algo muito valioso. O que eu diria é que toda vez que temos a chance de ficar num local, conhecer as pessoas e aprender sobre a região, saímos sempre muito felizes e realizados. Somos matéria-prima um pro outro!

Programe-se!
O que: O Teatro Mágico _ Novo espetáculo do disco Grão do Corpo
Quando: sexta-feira, às 21h30min, em Blumenau; sábado, às 21h, em Florianópolis
Onde: em Blumenau, no Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, 1180, Centro); em Florianópolis, no Teatro Ademir Rosa (Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica)
Ingressos: de R$ 480 (camarote) a R$ 40 (mezanino), à venda no Blueticket
Informações: teatrocarlosgomes.com.br e fcc.sc.gov.br/tar

JORNAL DE SANTA CATARINA
Luiz Augusto Rodrigues / Divulgação

A trupe desembarcou quinta-feira no Estado para divulgar o novo espetáculo, Grão do Corpo
Foto:  Luiz Augusto Rodrigues  /  Divulgação


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