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Itapema FM  | 24/09/2014 08h02min

Exposição em Joinville registra a Amazônia 25 anos depois da expedição do francês Jacques Cousteau

Mostra ressalta diferenças encontradas pela primeira viagem, realizada no início dos anos 1980

Atualizada às 10h31min Rafaela Mazzaro  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

A vida continuou na Amazônia depois que o oceanógrafo francês Jacques Cousteau fez dela seu laboratório em 1982, mostrando ao mundo o que talvez nem os próprios brasileiros imaginassem encontrar em meio à mata tropical.

Se a intenção da exposição Retorno à Amazônia Itinerante, resultado da empreitada de Jean Michel Cousteau registrada em 2007, é ressaltar as diferenças da paisagem 25 anos após a passagem da comitiva de seu pai, a sensação é de que o encantamento com a fauna local roubou a atenção da curadoria. Ou de que o tempo não passou na floresta, contrariando a visão pessimista alimentada pelas estatísticas de ambientalistas.

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As 30 imagens clicadas pela fotógrafa americana Carrie Vonderhaar são um alento que ficará em exibição no anexo do Museu de Arte de Joinville, instalado na Cidadela Cultural Antarctica. Mesmo o único painel a focar o “cemitério de árvores” formado pela Represa Balbina não parece impactar tanto quanto a explosão de cores, ressaltadas no zoom nas penas de uma arara ou no voo dos guarás.

Além das fotografias, a mostra apresenta um livro lançado no ano passado que parece deixar mais evidente as transformações constatadas por Jean Michel ao revisitar a Amazônia – dessa vez sem o pai, que faleceu em 1997 –, principalmente em relação ao crescimento da ocupação da região.

– Houve um excesso na exploração dos recursos naturais e a perda de muitas espécies. Já com relação aos povos, milhares de pessoas se mudaram para a Amazônia nesse intervalo de tempo – relata.

Depositada em um vaso com água para provar sua resistência, a publicação impressa com material impermeável também pode ser reciclada diversas vezes.

Criada e patrocinada por duas empresas privadas ligadas ao ramo ambiental, Retorno à Amazônia Itinerante já passou por Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus e Búzios e pode ser vista em Joinville até 26 de outubro.


 
Influência de gerações
 
Jacques Cousteau abriu uma fenda no escuro da mata e a mostrou para o mundo. Além de ser o desbravador da Amazônia, o francês influenciou no modo com que as novas gerações veem o “pulmão do mundo”, instigando outros a trilharem caminhos de descobertas semelhantes.

O fotógrafo Pena Filho, de Joinville, guarda a memória dos documentários sobre as expedições de Cousteau, transmitidos como capítulos de séries na televisão nos anos 1980.

Inspirado na experiência do francês, Pena Filho também registrou a Amazônia com suas lentes em 2001. A viagem resultou em uma exposição com 50 imagens sobre paisagens da floresta e cotidiano indígena.



– A expedição de Jacques também foi um estímulo para olharmos para nosso próprio jardim – acrescenta.

Para o joinvilense, fotógrafos como Zig Koch, Araquém Alcântara e Pedro Martinelli seguem a linha na qual Cousteau foi pioneiro, porém por outros cantos no país. O catarinense Araquém, por exemplo, produziu Santa Catarina, um trabalho semelhante publicado em 1992 pela editora Metalivros.

Agende-se

O quê: exposição Retorno à Amazônia Itinerante, de Jean Michel Cousteau
Quando: até 26 de outubro. De terça a sexta, das 9h às 17h. Sábados e domingos, das 12h às 18h
Onde: anexo 1 do Museu de Arte de Joinville, na Cidadela Cultural Antarctica
Quanto: entrada gratuita

A NOTÍCIA
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