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Itapema FM  | 05/09/2014 07h03min

Robert Plant ostenta a arte de envelhecer

Disco Lullaby... and the Ceaseless Roar é a décima incursão solo do cantor e a primeira com a banda The Sensational Space Shifters

Emerson Gasperin  |  emersongster@gmail.com

O mundo da música anda ocupado demais com calipígias e fanfarrões descartáveis para prestar atenção em Robert Plant. Não sabe o que está perdendo. O novo disco do cantor, Lullaby... and the Ceaseless Roar, tem os pés na África - tanto negra quanto árabe visitada em trabalhos anteriores -, o coração na América profunda desbravada após passar os últimos anos no eixo Nashville-Mississippi e a cabeça em sua Inglaterra natal, onde voltou a morar recentemente. Isso que é ostentação. A décima incursão solo do ex-Led Zeppelin abre com um kologo, uma espécie de banjo africano. Ao longo de 11 faixas aparecem outros instrumentos exóticos de corda (ritti, tehardant) e de percussão (bendir, djembe). Só que em vez de estranhamento étnico o som executado pela banda The Sensational Space Shifters atrai pela delicadeza. A despeito do título do álbum, as "canções de ninar" imperam sobre o "rugido incessante", mesmo emolduradas por uma voz que já foi conhecida por trovejar. Ao contrário de várias divindades de sua geração, Plant preferiu a velhice - física - à morte - criativa. Sua força se alimenta da curiosidade, não da potência. É um senhor de 66 anos que seduz nas ternas Somebody There, Pocketful of Golden ou Rainbow e ainda dá seus pulinhos em Turn It Up. Ciente da comparação que sempre lhe será desfavorável, ele vem pilotando veículos diferentes há um tempo muito maior do que o período embarcado no dirigível de chumbo. Errou aqui, acertou ali, mas nunca virou uma caricatura de si próprio.

Assista ao vídeo da música Somebody There:




:: Leia outras colunas de Emerson Gasperin publicadas no Anexo


Pronto para conquistar

Saiu mais um sério candidato às listas de melhores do ano. Mean Love, de Sinkane, parte do soul e do R&B para forjar uma sonoridade fina e envolvente. Com influências que vão de Curtis Mayfield em How We Be e Gallen Boys a Peter Tosh em Young Trouble, o sudanês criado nos Estados Unidos esbanja credenciais para ampliar a base de fãs arrebanhada desde o CD Mars, de 2012. Para arrematar, Hold Tight alinha-se entre os ritos de acasalamento chiques que fizeram a fama de Sade.

Confira o vídeo de Hold Tight:

 


De lamber os beiços

Depois de 10 anos de estrada, o baiano Russo Passapusso estreia em disco com Paraíso da Miragem. A moqueca servida pelo músico e compositor leva MPB, rap, samba, reggae, forró e black music maturados por sua atuação nos grupos Baiana System e Bemba Trio. Curumin, BNegão, Edgard Scandurra, Marcelo Jeneci e Anelis Assunção estão na lista daqueles que acompanham a iguaria, disponível para descarrego legal e gratuito em www.russopassapusso.net.

Abaixo, o vídeo de Flor de Plástico:

ANEXO
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