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Itapema FM  | 04/09/2014 14h02min

E-book será uma realidade para todos em pouco tempo

Evento em São Paulo aponta futuro do mercado editorial

Carlos Stegemann*  |  Jornalista de SC acompanhou o evento em SP

A 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, encerrada no último domingo (31), deixou ecos inquietantes sobre o futuro breve do mercado editorial e do livro, em meio ao barulho incessante das milhares de crianças e adolescentes que frequentaram o evento.
A boa notícia está no crescimento do público leitor - e a presença de quase 2/3 de teenagers entre os corredores do Anhembi não deixa dúvida sobre essa previsão. "Os filhos de Harry Potter", como a editora Sandra Espilotro os identificou, "tornam o mercado inquieto, ávidos por novidades, em especial pelos títulos de ficção comercial".

O importante é saber quando ingressar ou sair de cada onda editorial que surge, periodicamente - e já tivemos a onda dos vampiros, dos seres mitológicos, dos super-heróis repaginados, entre outros. Ao lado dos jovens adultos, os demais desafios envolvem o gosto das mulheres, maiores leitoras e compradoras de livros, com mais de 60% do mercado  e da nova classe média brasileira.

- O que a nova classe média quer ler é a resposta que as grandes editoras estão procurando incansavelmente - admite Espilotro.

A onda erótica, a partir dos 50 Tons de Cinza (E.L. James, Ed. Intrínseca), já teve melhores momentos e está próxima de esgotar, mas vendeu milhões de exemplares, em especial ao público feminino da classe emergente. Entre as muitas perguntas, entretanto, há uma resposta segura: o e-book será uma realidade em meia década, talvez menos, no Brasil.

Jovens de 13 anos têm o hábito de ler em seus smartphones e por que não leriam em uma tela de sete polegadas? Os preços dos equipamentos caem cada vez mais (modelos top vendidos a R$ 379 na Bienal) e vêm com 2,5 mil títulos disponíveis para download. E o olhar para este público só aumenta: Jennifer Egan publicou a versão integral de um de seus livros pelo Twitter.

O novo formato também gera oportunidades para a autopublicação, primeiro passo para um possível sucesso de público e crítica. Os e-books reduzem os gigantescos custos de impressão, de distribuição e de venda, por eliminarem as etapas dos processos industrial e comercial. Ou seja, podem democratizar o acesso à leitura. Aos que (como eu) não desapegam do livro de papel, não há porque franzir o cenho.

Existem bilhões deles circulando ou bem cuidados nas bibliotecas do mundo e certamente serão tão eternos quanto a existência humana. As edições híbridas hão de coexistir. E muitos dos gêneros - casos dos livros de arte - só sobreviverão em versões impressas.

Sandra Espilotro, experiente executiva da editora e-Galaxy, deixou uma advertência que está acima dos formatos das mídias. O busílis reside na seleção de títulos e autores: o que motiva um leitor a virar a página? Que enredo é capaz de enredá-los? Como posso apostar em um título com potencial para se tornar série de TV ou um blockbuster do cinema? Todos os editores prosseguirão sonhando com os seus megasellers, disputados pelos milhares de jovens e crianças que agitam pelos corredores de eventos como a Bienal.

Diário Catarinense
Bienal do Livro / Divulgação

Para a editora Sandra Espilotro,e adolescentes são responsáveis pela inquietação do setor
Foto:  Bienal do Livro  /  Divulgação


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