“As pessoas não conhecem o abismo entre o mito do palco e a mulher do camarim”. A definição sobre a cantora Maria Callas, décadas depois de ser proferida, é a inspiração máxima para Claudia Ohana, que entra em cena nesta quinta para dar vida à soprano ao lado do ator Cássio Reis.

A apresentação de Callas no Teatro Juarez Machado, em Joinville, é a segunda da temporada com a atriz no elenco. O espetáculo biográfico dirigido por Marília Pêra também passa pelo Centro Cultural da Scar, em Jaraguá do Sul, na sexta.

Inesquecível, mesmo após 37 anos de sua morte, Callas marcou a história da ópera mundial como a primeira mulher a alcançar status de popstar no gênero lírico, imprimindo uma identidade própria às interpretações. A peça relembra as glórias da americana que fez carreira em Paris, mas também despe uma vida de relacionamentos complicados e sentimentos à flor da pele.

– Ela era uma artista que tinha insegurança, que achava que nunca era boa o suficiente. Todo artista tem um pouco desse conflito, só que o dela era exacerbado – relata a intérprete.

A estreia de Claudia Ohana foi na última sexta-feira, em Niterói (RJ). Ela substitui Sílvia Pfeiffer, que esteve no papel desde o começo da temporada, em janeiro, até o mês passado.

– É o meu primeiro personagem que realmente existiu – conta a atriz, que se apoiou nos documentários, biografias e orientações de Marília Pêra, que viveu Maria Callas no espetáculo Master Class, de 1996.

O texto de Fernando Duarte também se baseia nos registros da conturbada vida da cantora, contada a partir da única licença poética da peça: o encontro com o amigo jornalista John Adams, um dia antes da morte de Callas. Enquanto lembra suas histórias, projeções ajudam o espectador a reconhecer os personagens mencionados pela artista.

– Quero fazer uma Callas humana, não a Callas diva, num pedestal. No texto, ela começa diva e vai se despindo. Mesmo quem não a conhece irá se emocionar com a artista frágil que ela foi – afirma a protagonista.
 
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O quê: espetáculo Callas
Quando: quinta e sexta, às 20h30, em Joinville. Sábado, às 20h30, em Jaraguá do Sul
Onde: Teatro Juarez Machado, em Joinville, e Centro Cultural da Scar, em Jaraguá do Sul
Quanto: R$ 80 e R$ 40 (meia). Vendas na loja Jurerê (Rua Lages, 480, Joinville), na bilheteria da Scar (Rua Jorge Czerniewicz, 160, Jaraguá) e no ticketcenter.com.br