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Itapema FM  | 26/08/2014 19h47min

Whey protein: tire as dúvidas sobre o suplemento que virou febre nas academias

Especialistas alertam para os cuidados com a substância e afirmam que é importante orientação profissional na hora de consumir

Na hora de escolher suplementos alimentares, não faltam opções nas prateleiras. Mas o destaque fica com o queridinho academias: o suplemento proteico whey protein. A preferência é comprovada por números da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), produto responde por 60% dos suplementos consumidos no Brasil.

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Apesar da moda, especialistas reforçam a importância da orientação profissional para determinar a dose necessária e evitar riscos à saúde do usuário que quer ganhar massa muscular.

Andrea Zaccaro de Barros, presidente da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), explica que o consumo exagerado de proteínas, seja em forma de suplementos ou alimentos como carne e ovos, por exemplo, é prejudicial para quem tem problema hepático ou renal, pois pode sobrecarregar fígado e rins.

Também é contraindicado para pessoas agressivas, já que estimula o sistema nervoso central e pode provocar irritabilidade. Intolerantes à lactose também devem tomar cuidado com os tipos de whey. Nos demais casos, o consumo pode ser feito, desde que orientado por um nutricionista para definir a dose necessária.

— O consumo tem que ser adequado a uma alimentação balanceada e aliado a exercícios físicos — avalia a presidente da ABNE, que acrescenta que o consumo diário não pode ultrapassar duas gramas de proteína para cada quilograma de peso da pessoa, considerando suplementos e alimentos.

Outro cuidado importante é com os rótulos e qualidade dos produtos consumidos. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) analisou 15 marcas de whey protein concentrado, a versão mais consumida do produto. Os resultados dos testes realizados nos suplementos proteicos para atletas demonstraram que 93% das marcas apresentaram algum tipo de não conformidade.

De acordo com Marcelo Bella, presidente da Abenutri, os parâmetros do Inmetro usados no teste são diferentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para ele, o produto é benéfico à saúde e não apresenta danos ou sobrecarga hepática ou renal ao organismo.

André Machado é nutricionista esportivo da Academia Nova Forma, em Florianópolis. Ele afirma que a procura pelo whey protein é crescente, impulsionada pelo custo do produto, mais acessível que outros suplementos, e pelos resultados: aumento de massa muscular e do rendimento. Mas ele ressalta que o uso "banalizado" do produto, em diversos momentos do dia ou com doses acima do recomendado, além de não dar os resultados esperados, representa desperdício, já que o corpo não absorve a proteína excedente.

Roseane Leandra da Rosa, nutricionista do curso da Universidade do Vale do Itajaí, defende o uso de suplementos apenas para atletas.

— Mas o grande problema é a disseminação desse uso sem orientação de um profissional da saúde — avalia.

O mercado de suplementos está aquecido no país. Em 2013, o consumo de suplementos no Brasil cresceu 23% em relação ao ano anterior e o faturamento foi de R$450 milhões. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) também apontam que 80% dos consumidores desses produtos são jovens entre 15 e 30 anos.

Tipos de whey

Concentrado — Pode fornecer de 29 a 89% de proteína, embora fiquem em torno de 70% a 80% de proteína (dependendo do produto e fabricante). Contém outros componentes além de proteína que atrasam a digestão (absorção é mais lenta, comparado a outros tipos de whey). Não é indicado para intolerantes à lactose. É o mais consumido e o mais barato.

Isolado - Whey com maior qualidade por conta do processo de extração. Apresentando até 95% de concentração de proteínas, baixa quantidade ou isenta de gordura e carboidratos. Conta com menos de 1% de lactose.

Hidrolisado - Este tipo de Whey possui as cadeias de proteínas quebradas, tornando-o mais fácil e rápido de ser digerido. Pode conter traços de gordura e carboidratos.

O que é o whey protein?

É a proteína do soro do leite. Após extrair a caseína do leite, o líquido remanescente é o soro. O soro do leite é processado e purificado, restando o concentrado protéico. O whey tem o peso molecular leve, fazendo com que se tenha uma absorção mais rápida.

Quais as vantagens do whey protein?

Por ter uma absorção rápida, auxilia na recuperação mais acelerada dos músculos, manutenção e construção de massa muscular. É considerada uma proteína de alto valor biológico (fornecimento total de aminoácidos em quantidade e proporções adequadas) e é rico em aminoácidos essenciais.

Ele é recomendado para todas as pessoas?

Pode ser utilizado, desde que ingerido nas quantidades adequadas. Pessoas com intolerâncias devem cuidar para adquirir o suplemento que não haja determinado componente. Exemplo: intolerante à lactose, podem optar pelo whey protein isolado.

O que deve ser verificado no whey protein?

Cuidar a quantidade de proteína, carboidrato e gordura no rótulo. A lista de ingredientes é em ordem decrescente. O primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no produto e o último, em menor quantidade. Pessoas com alergias ou intolerâncias a componentes que possa conter no produto, devem escolher whey sem o determinado componente, exemplo: glúten, lactose.

Quando ele deve ser consumido?

Depende muito de cada paciente, horário de treino e objetivo, mas de forma geral o whey protein é mais utilizado no pós-treino, auxiliando na recuperação, manutenção e aumento de massa muscular. Dependendo, pode ser utilizado, também, ao acordar.

Quais são os riscos do consumo?

É importante ingerir a quantidade indicada pelo médico ou nutricionista especialistas na área, pois somente profissionais habilitados tem conhecimento para calcular e indicar a quantidade adequada de proteínas diárias por quilo de peso, quantidades adequadas para cada tipo de exercício, e quantidade adequada de suplementos. Se ultrapassar demasiadamente essa quantidade ideal, não terá beneficio algum, apenas o risco de sobrecarga hepática e renal.

Fonte: Marcele Policarpo, especialista em Nutrição Esportiva e responsável pelo curso de pós-graduação em Nutrição Esportiva e Estética do Instituto de Saúde Esportiva Estética e Clínica.

DIÁRIO CATARINENSE
Charles Guerra / Agencia RBS

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Foto:  Charles Guerra  /  Agencia RBS


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