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Itapema FM  | 23/08/2014 16h02min

Paul Bloom explica como as crenças influenciam em nossos gostos

O canadense é o conferencista de quarta-feira e atua na área da ciência cognitiva

Profa. Dra. Enira Damin  |  Coordenadora do Núcleo de Psicologia da Udesc Cefid

Paul Bloom, psicólogo e professor de Psicologia e Ciência Cognitiva da Universidade americana de Yale, interessa-se pelas interfaces entre o mundo físico e social com foco na linguagem, aprendizagem, moralidade, religião, lazer e arte, tendo publicado vários livros e artigos. Bloom pesquisa visando entender como nossos conhecimentos e crenças interferem no prazer que sentimos, seja nas atividades da vida diária, em relação ao sexo ou até mesmo em comer, degustar um vinho ou na apreciação de uma obra de arte.

"Quando estamos interessados em alguém tendemos a perceber suas qualidades aumentadas, o que viria a confirmar o ditado de senso comum "quem ama o feio bonito lhe parece". Um vinho de qualidade duvidosa pode ser percebido como delicioso se for apresentado em garrafa com um lindo rótulo e se tivermos a crença de que é um vinho caro" afirma o psicólogo canadense.

Bloom ainda questiona por que um colecionador deixa de apreciar uma obra de arte quando descobre que é falsificada, mesmo que seja uma réplica perfeita? De onde provém esta reação? O autor explica:

"Em sua maioria o ser humano é essencialista nato, quero dizer com isso que não basta responder a coisas como as vemos, como as sentimos ou as ouvimos. Pelo contrário, nossa resposta é condicionada em nossas crenças, sobre o que elas realmente são. (...) Se as crenças mudam radicalmente a forma como as pessoas sentem algo, então o prazer pode mudar se as opiniões mudarem. Se suas convicções sobre um objeto mudarem, seu sentimento sobre ele vai mudar". E ainda esclarece: "tenho falado sobre o prazer, mas o que quero sugerir é que tudo o que eu disse também se aplica para dor".

Questões fundamentais da psicologia moral também fazem parte dos estudos de Bloom. Em seu livro Just Baby ele questiona: "Como bebês tomam decisões morais? Um crescente corpo de evidências sugere que os seres humanos têm um senso moral rudimentar desde o início da vida." (...) Você pode ver lampejos de juízo moral e do sentimento moral, mesmo no primeiro ano de vida."

Ele esclarece ainda que algum sentido do bem e do mal parece ser inerente ao ser humano, o que não quer dizer que os pais estão errados em se preocupar com o desenvolvimento moral ou que suas interações com seus filhos sejam um desperdício de tempo. A socialização é extremamente importante. "Mas isso não é porque os bebês e as crianças pequenas não têm um senso de certo e errado; é porque o senso de certo e errado que eles possuem naturalmente difere em aspectos importantes do que nós, adultos, gostaríamos".

Programe-se

Fronteiras do Pensamento

O quê:
conferência com Paul Bloom (ingressos para as palestras de Mia Couto e Miguel Nicolelis, dias 25 e 26, já esgotaram)
Quando: dia 27, às 20h
Onde: Teatro Pedro Ivo (Rodovia SC-401, km 5, 4.600, Saco Grande, Florianópolis)Quanto: R$ 40 e R$ 20 (meia)
À venda no Blueticket.
Informações: (48) 3216-3432

DIÁRIO CATARINENSE
IdeaCity / Divulgação

Bloom é psicólogo e professor de Psicologia e Ciência Cognitiva da Universidade americana de Yale
Foto:  IdeaCity  /  Divulgação


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