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Itapema FM  | 21/08/2014 04h05min

Amazon começa hoje a vender livros físicos no Brasil

Catálogo da gigante varejista contará inicialmente com 150 mil títulos em português, de mais de 2,1 mil editoras

Fernanda Grabauska  |  fernanda.grabauska@zerohora.com.br

Dez entre dez ratos de livraria têm uma razão a mais para sorrir a partir desta quinta-feira. Depois de (alguns) adiamentos, a gigante Amazon começa a vender livros físicos — mais de 150 mil títulos em português, de mais de 2,1 mil editoras — em seu site brasileiro.

E já vem trazendo algumas vantagens em relação ao e-commerce tradicional: frete grátis a partir de R$ 69 e o recurso "leia enquanto enviamos", em que o comprador, logo depois de efetuar o pagamento, pode começar a ler uma porção do livro comprado (10% da obra).

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A Amazon funcionava desde dezembro de 2012 vendendo e-books no Brasil. As únicas encomendas físicas despachadas eram os leitores de e-book Kindle e seus acessórios. Agora, a varejista aposta na missão de manter o catálogo de títulos mais competitivo do país para atender a um público leitor cada vez mais segmentado.

Por telefone, ZH conversou com o gerente da Amazon no Brasil, Alex Szapiro, sobre o lançamento da nova operação e sobre a competição entre livros digitais e livros físicos.

ZH – Nesse um ano e meio de operação, o que a Amazon aprendeu sobre os hábitos de leitura e sobre o mercado editorial brasileiro?

Alex Szapiro – É difícil falar de hábitos de leitura. Quando nos perguntam qual é o perfil de cliente da Amazon, respondemos que é qualquer pessoa que seja alfabetizada e que tenha acesso à internet é um cliente da Amazon. A leitura é algo muito particular, não é uma coisa que a gente acaba pontuando muito. O que eu posso falar, a coisa mais interessante nesses dois anos é a autopublicação. Quando abrimos a loja no Brasil, era uma coisa que não existia ou existia muito pouco. Então, ajudar autores que não tinham a chance de ter seu livro editado por uma editora e decidiram publicar na Amazon, e esses livros começaram a ser descobertos, começaram a crescer no ranking, e agora editoras estão usando essa ferramenta para localizar e contratar novos talentos. E às vezes é também ao contrário: muitas vezes, escritores famosos, que têm obras cujos direitos não estão com ninguém e, por mais que sejam publicados por grandes editoras, resolvem publicar sozinhos. Por exemplo, o Cristóvão Tezza, que é um escritor baseado em Curitiba, tomou esse caminho publicando alguns livros dele conosco. Então acho que a gente tem visto coisas muito inovadoras mais dessa linha.

ZH – Livros de papel, até quando?

Szapiro – O livro digital tem crescido muito. A informação que temos das editoras é de que, antes da Amazon e de outros grandes players entrarem no mercado, a venda de e-books quase não existia, era menos de 1%. Nesses últimos 20 meses, o que escutamos é que a representatividade do livro digital em relação ao total de livros deve ficar entre 4% e 5% das vendas totais. Ou seja, é um crescimento extraordinário. A decisão de compra do formato é do consumidor. Sem dúvida, o livro digital tem uma série de vantagens para todo mundo. Para o consumidor, que não precisa esperar para receber o livro e, em alguns casos, é mais barato. Para as editoras, os custos são menores, porque não tem o custo da impressão, não tem o custo da distribuição, não tem o retorno de livros não vendidos para a editora, que gera prejuízo. A questão que colocamos é que a decisão de compra em termos de formato é do consumidor. Mas, por outro lado, sabemos as vantagens e a questão de acessibilidade é o que tem causado um grande crescimento dos livros digitais.

ZH – A Amazon pode chegar ao mercado brasileiro para matar lojas físicas (como causou indiretamente o fechamento da Borders, nos EUA)?

Szapiro – O foco da Amazon é inovação. O que a gente traz é sempre melhorar a experiência do consumidor. Se olharmos nove, 10 meses para trás, a quantidade de produtos que lançamos para o consumidor final é bem grande: o novo Kindle, o Kindle Unlimited (aluguel de livros por US$ 10, ainda não lançado no Brasil), o leia enquanto enviamos, o Fire Phone. E isso faz parte do nosso DNA, a inovação pelo cliente, sempre estar aumentando a barra. A experiência, os novos serviços, é o que podemos oferecer para que o cliente volte e faça sua compra na Amazon. Essa questão está muito alinhada com a maneira que trabalhamos, inovando, inovando e inovando.

ZH – O que você pode adiantar sobre a entrega com drones? Ela poderá ser utilizada no Brasil?

Szapiro – Como projeto, ainda não foi lançado oficialmente. Mas, experimentalmente, estamos na sétima geração de desenvolvimento do drone. Infelizmente, não podemos comentar sobre o lançamento desse projeto.

*Zero Hora

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