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Itapema FM  | 14/08/2014 17h15min

Vida íntima de Frida Kahlo em exposição em Curitiba revela trajetória da artista

Confira depoimentos de quem foi e uma linha do tempo com a história da pintora

Frida Kahlo — as suas fotografias está sendo exibida com exclusividade no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR), com um acervo de 240 retratos da artista, da família e  de amigos. É a única exposição no Brasil, com perolas da vida da artista mexicana desde sua infância até a maturidade de Frida.

A mostra é dividida em seis seções: a primeira retrata os pais da artista mexicana — o autorretrato, marca registrada de Frida, começou com as fotos que seu pai fazia de si mesmo —; a segunda destaca a Casa Azul, residência onde a artista nasceu e morreu, e que hoje é um museu que guarda sua obra.

Na terceira seção, o lado íntimo da pintora, com imagens feitas e estilizadas por ela; na quarta, estão os amores: seus amigos mais próximos, familiares, alguns dos seus amantes e, principalmente, Diego Rivera, com quem Frida se casou aos 22 anos.

A quinta seção traz um arquivo que vai desde cartões de visita do século 19 até retratos realizados por autores de destaque da história da fotografia e amigos pessoais. A sexta e última seção é dedicada às imagens relacionadas com as questões políticas — Frida filiou-se ao Partido Comunista Mexicano em 1928.

Agende-se

Onde: Museu Oscar Niemeyer (MON) (Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba)
Quando: até 2/11. De terça a domingo, das 10h às 17h30min (com permanência até as 18h). Na primeira quinta-feira do mês, horário estendido até as 20h, e entrada gratuita a partir das 18h. No primeiro domingo de cada
mês a visitação também é gratuita
Quanto: R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada)
Mais informações: museuoscarniemeyer.org.br

Confira os depoimentos da joinvilense Mariá Bardini de Pieri, que foi à exposição em Curitiba; e do colunista de Anexo Fabiano Moraes, que visitou a Casa Azul, no México, recentemente.

Tormentos e talento

Mariá Bardini de Pieri*

Com uma ansiedade enorme entrei no “universo Frida Kahlo”: 240 fotografias e várias indagações aguardavam meu olhar curioso. A exposição foi divida em fases da vida da artista, o que facilitou o entendimento de tantas imagens.

Nas seções Amores e Íntima percebi o seu fascínio por Diego Rivera e sua força vital. Algumas fotos foram modificadas por ela: pessoas foram colocadas e tiradas de cena, dando uma nova leitura para as imagens, como se tivesse o poder de mudar os fatos ao estilizá-las.

A exposição mostra a vida da pintora com seus amigos, amores e amantes. Destaco uma foto na qual Diego está pintando e, sobre a mesma, há uma marca de batom rosa simbolizando um beijo seu para ele. Senti tristeza e melancolia na mostra, vi uma Frida atormentada e talentosa.

Pés, para que os quero, se tenho asas para voar? (Frida Kahlo).

*Mária é restauradora de arte

No México, a Casa Azul

Fabiano Moraes*

O amor mora na Casa Azul. Quase dá para tocá-lo com as mãos. Está além da cor. Transborda pelas paredes, pelas escadas de pedra. Cruza o jardim, atravessa cada flor colorida e chega até a fonte que jorra água e expõe as dores e as delícias da vida de Frida Kahlo e Diego Rivera.

Ainda na fila que se forma antes mesmo de o Museu Frida Kahlo abrir, pensei na beleza da cor azul e na experiência definitiva que seria visitar aquele lugar. Não sabia bem o motivo – descobri logo depois do meu retorno da Cidade do México, há uma semana.

– Adiante, por favor – fui acordado pelo pedido em tom gentil de um dos monitores.

Dividir por algumas horas a casa que foi o sonho possível dos dois artistas é compartilhar as amarguras experimentadas por Frida. As dores resultantes do acidente que sofreu aos 18 anos – em um ônibus, uma barra de ferro lhe atravessou o abdome, a coluna e a pélvis – e que a obrigou a submeter-se a 35 cirurgias ao longo da vida, a impossibilidade de ter filhos, as brigas e traições de Diego (inclusive com Cristina, sua irmã mais nova).

Todo o sofrimento está exposto em cada cômodo e em cada objeto tocado por ela. Mas, apesar da relação passional e problemática – quem nunca sofreu por amor? – dos dois, o museu não é um lugar de lembranças doloridas. É leve como o sentimento que o habita. E lindo como o tom de azul no muro da casa.

*Fabiano é jornalista e colunista do Caderno Anexo

Conheça a trajetória de Frida Kahlo:

A NOTÍCIA
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