Notícias

Itapema FM  | 07/08/2014 13h37min

Zélia Duncan e Zeca Baleiro se apresentam em Florianópolis nesta sexta-feira: leia a entrevista com os os dois artistas

Os músicos conversaram com a Itapema a respeito da parceria e de seus projetos solo

Marina Martini Lopes  |  marina.lopes@itapemafm.com.br

Zélia Duncan e Zeca Baleiro são só elogios um ao outro. "Zeca tem tudo que um artista precisa e deve perseguir", resume Zélia a respeito do colega; e o maranhense retribui: "Zélia é uma cantora impressionante e tem canções incríveis no currículo, algumas já clássicos da nossa época". Os dois se conhecem há anos, de outras parcerias e projetos em conjunto, mas agora viajam o Brasil com um show só deles - e que chega a Florianópolis nesta sexta-feira, dia 8 de agosto, para apresentação única no Teatro Ademir Rosa, do CIC. A Itapema entrevistou os dois músicos a respeito da parceria e de seus trabalhos solo, paralelos. Confira:

Itapema: Não é a primeira vez que vocês realizam projetos juntos, nem a primeira vez que dividem o palco. Zélia, como é trabalhar com o Zeca? Zeca, como é trabalhar com a Zélia? Como funciona a parceria, a química entre vocês?
Zélia Duncan: Zeca tem tudo que um artista precisa e deve perseguir. Personalidade, assinatura, opinião; fora o que já veio no pacote: talento, musicalidade fina e poesia. Sem falar no lado pessoal, que cada vez mais admiro e quero perto de mim.
Zeca Baleiro: Zélia é uma pessoa muito querida, muito ética, leve, fácil de se relacionar. Além de tudo, é uma cantora impressionante e tem canções incríveis no currículo, algumas já clássicos da nossa época. Temos muitas afinidades, tanto pessoais como estéticas. Por isso nos damos tão bem e por isso a química flui no palco.

Itapema: A parceria de vocês dois é antiga e já rendeu muitos trabalhos juntos. Como surgiu a ideia de fazer um show em conjunto? E por que exatamente agora?
Zélia Duncan: Fomos convidados para um projeto de duplas, que não aconteceu, mas deixou a vontade. Zeca e eu temos pontos de contato importantes. Gostamos de ser múltiplos e gostamos um do outro. Somos parceiros e gostamos de lados B. Esse show tem tudo isso, inclusive nossos lados A.

Itapema: Esta turnê celebra os diversos momentos em que vocês dois já trabalharam juntos, mas não é baseada em um disco específico. Podemos esperar um álbum em parceria mais para a frente?
Zélia Duncan: Quem nos conhece sabe que sairia uma terceira invenção, que na verdade será reinventada e renovada sempre. Mas estamos bem no comecinho - neste semestre vamos engatar outras marchas, pra sentir a quantas essa alegria vai andar por aí.
Zeca Baleiro: Não temos pressa. O projeto está nascendo, ainda, e tanto eu como ela temos outras prioridades agora. Mas podemos acabar fazendo, sim. Acho que é um caminho natural.

Itapema: Vocês podem citar algumas músicas que vão fazer parte do repertório do show aqui em Florianópolis? Veremos alguma música inédita?
Zeca Baleiro: Temos algumas parcerias, uma gravada por ela no seu penúltimo CD, e outras inéditas. Elas estarão lá. O resto são alguns hits e canções de nosso "repertório afetivo".

Itapema: Zélia, eu gostaria que você falasse um pouco sobre a turnê Tudo Esclarecido, que inclusive passou por Florianópolis. Como foi, como admiradora de Itamar Assumpção, gravar um álbum e apresentar espetáculos com músicas dele?
Zélia Duncan: Ouço Itamar há muitos anos, então me sinto muito à vontade pra cantar sua obra. É mesmo uma extensão de mim; algo que sempre cultivei e que me alimentou, e sempre vai ser assim! Faço com um amor e respeito já introjetados, nem preciso pensar nisso.

Itapema: Você diria que um trabalho como o Tudo Esclarecido também pode ser considerado uma espécie de parceria - mesmo que diferente da que você está fazendo com o Zeca, por exemplo? Qual é a importância e o impacto que este intercâmbio com outros artistas tem na carreira de um músico?
Zélia Duncan: O intérprete, se bem integrado ao seu canto, inevitavelmente se torna parceiro, imprime sua marca e soma sempre. O impacto de Itamar em mim é irreversível e fácil de constatar em muitos álbuns meus. Neste, claro, radicalizei ainda mais.

Itapema: Zeca, no ano passado você veio a Florianópolis para apresentar o show da turnê Piano e Voz, que você mesmo definiu como uma experiência bastante diferente na sua carreira. Agora, como você vê essa experiência? Como foi fazer um show neste formato? Você gravaria um disco nesse estilo?
Zeca Baleiro: O show de piano é um show muito prazeroso de fazer. O repertório é móvel e experimentamos várias músicas a cada show, com o propósito de fecharmos - sem pressa - o repertório de um possível CD. Continuo a fazê-lo vez ou outra. Mas também gosto muito de dividir o palco com parceiros queridos, e a Zélia está nesse rol. Este show é muito gostoso de fazer, nossa relação é fluente e é uma honra estar no palco com uma colega de geração que tanto admiro.

Itapema: Na última entrevista à Itapema, no ano passado, você contou que estava envolvido em diversos projetos ao mesmo tempo: a preparação do show em homenagem a Zé Ramalho, no BB Covers, a produção do álbum da Vanusa... E ainda falou que estava trabalhando, aos poucos, em pelo menos três discos: um infantil, um de samba e um de música brega. Como ficou tudo isso? Você ainda está trabalhando nestes projetos, ou já tem novas ideias em mente?
Zeca Baleiro: Tem muita coisa no prelo: um CD infantil com várias colaborações, que deve sair até outubro; um CD de sambas e outro de bregas, que não têm hora pra sair; a trilha de um filme catarinense, Oração do Amor Selvagem, do Chico Faganello (que, por sinal, nesta semana será apresentado no Festival de Locarno, Suíça, numa seleção de filmes em pós-produção), e outras cositas más. O DVD Cantando Zé Ramalho está em fase de edição e um CD com Naná Vasconcelos e Paulo Lepetit está sendo gravado também, provavelmente para ser lançado no ano que vem. E, em paralelo, estou produzindo o novo disco da Vanusa, que deve sair em setembro.

Itapema: Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, como você consegue organizar todos esses projetos na sua cabeça e na sua agenda? E de onde vem as ideias para tanta coisa? O que te inspira?
Zeca Baleiro: O que me inspira? A vida, o amor, a amizade, os absurdos do mundo, o medo de morrer e deixar um monte de coisa inacabada, essas coisas que inspiram todo artista. Mas não vivo de inspiração, me considero um trabalhador braçal da arte, quase um operário. Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, minha cabeça fica um caos, nem queira saber. (risos)

Itapema: Quais são seus planos para depois que a turnê com a Zélia terminar?
Zeca Baleiro: Essa turnê não tem hora pra terminar, a verdade é essa. As coisas vão sendo levadas em paralelo, tanto por mim quanto por ela. Vive-se uma nova realidade, quase ninguém pode se dar ao luxo de ter um projeto só - o que é ótimo. Gosto do caos, da confusão, da desordem criativa... É assim que surgem as melhores coisas.


Serviço
Zélia Duncan e Zeca Baleiro
Quando: Dia 8 de agosto, sexta-feira, às 21h
Onde: Teatro Ademir Rosa, do CIC (Centro Integrado de Cultura), em Florianópolis
Ingressos à venda no site Blueticket
Mais informações: (48) 3664 2555
Realização: Orth Produções
Promoção: Itapema FM

ITAPEMA
Zélia Duncan e Zeca Baleiro / Divulgação

"Essa turnê não tem hora pra terminar", avisa Zeca Baleiro, sobre a parceria com Zélia Duncan
Foto:  Zélia Duncan e Zeca Baleiro  /  Divulgação


Comente esta matéria
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.