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Itapema FM  | 01/08/2014 23h33min

Dança invade praça no Encontro das Ruas durante o Festival de Joinville

Evento que enaltece a cultura hip-hop e os ritmos urbanos vai até este sábado

street dance deixou os palcos e ocupou o lugar de onde veio: a rua. Na tarde desta sexta-feira, as pessoas que passaram pela praça da Biblioteca Pública Rolf Colin, em Joinville, por volta das 15h puderem ver grafiteiros trabalhando em cinco painéis de ferro instalados no local.

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O Encontro das Ruas - tradicional evento da cultura hip-hop que acontece durante o Festival de Dança de Joinville - colore e movimenta a praça em sua 10ª edição. Entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, ideias, reflexões e provocações viram rima, ritmo e traços. Nos painéis espalhados pelo local está inscrito o trabalho de seis grafiteiros selecionados para o evento. Essa é a aposta dessa edição.

—O grafite no ano passado fez com que as pessoas olhassem para o antigo prédio da Prefeitura—,  lembra Alex Nascimento, produtor do evento, sobre a ação de grafiteiros durante o último Festival.

Pela praça, está o trabalho dos grafiteiros Paulo Pincel e Mariê Balbinot, de Joinville; Wagner Wagz, de Florianópolis; Plim, de Porto Alegre e Felipe Reis, do Rio de Janeiro. A coordenação da mostra de grafite é de Luis Flávio Trampo, de Porto Alegre (RS).

Ao lado dos painés, uma caixa de som, um microfone aberto para quem quiser usar e as pessoas que apenas passam pelo lugar e decidem parar para assistir. A roda está formada e dentro dela B-boys e B-girls - dançarinos de um estilo de dança de rua - apresentavam seus passos e compartilharam aplausos.

As pessoas ao redor dão um passo para trás cada vez que as pernas dos dançarinos percorrem o ar. Os dançarinos que se apresentam em palcos abertos próximos à praça, saíam de suas apresentações e faziam corpo à roda.

Além da dança, o rap é um dos importantes elementos da cultura hip-hop. Durante o encontro Lucas Braz, 16, o MC Stelley, apresentou duas de suas músicas.

—O MC repassa aquilo que ele vê, prega a realidade do povo—, disse.

Lucas teve seu primeiro contato com o rap na escola e há cinco anos compõe. 

—Algumas músicas são pesadas, mas é a verdade, e as pessoas tinham preconceito (com isso). Muitas pessoas passam por aqui, e se elas gastarem cinco minutos nos vendo, elas irão ver que é melhor do que pensam.

O grafite como projeto de educação

De 1991 a 2012, Luis Flávio Trampo, 40, trabalhou como arte-educador, levando sua experiência com o grafite e colagens para comunidades periféricas de Porto Alegre, como foi o caso da comunidade Restinga. O projeto que desenvolveu no local tinha o objetivo de passar às pessoas a experiência artística que tem.

—Eu não chego impondo meu trabalho. Eu conheço a cultura local para poder me relacionar com eles—, conta.

Segundo Luis, o hip-hop procura canalizar as inquietações dos jovens. - O jovem precisa de referência e a referência que alguns têm, principalmente em alguns bairros periféricos, é o traficante -, comenta sobre a importância de projetos sociais. A intenção é que os jovens que participam desses projetos sejam multiplicadores daquilo que aprendem.

Mudanças

A 10ª edição do Encontro das Ruas não tem competição nas batalhas de dança e MC's e, portanto, não há premiação para ganhadores. As batalhas continuam acontecendo e reunindo pessoas, como demostração. Um dos motivos da mudança foi o menor repasse de verba para o Festival de Dança e, consequentemente, para o encontro.
Outra diferença foram os dias em que ele ocorre.

—A gente está tentando levá-lo mais próximo à população, acontecendo em dias da semana—, , fala Karen Coletti, coordenadora executiva do Instituto Festival de Dança.

Na última edição, o evento aconteceu no sábado, na escola Escola Básica Professor Germano Timm. Mesmo com as modificações, o encontro acontece e ocupa o espaço que por muitas pessoas é apenas usado como passagem. 

—Aqui está a essência do movimento (hip-hop)—, , declara Luis.

A NOTÍCIA
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