Quando os pés da bailarina mineira Helena Prado Guimarães encontraram o solo joinvilense, no dia 22 de julho, ela completou 12 anos. Veio de Minas Gerais com a mãe Sara Duarte Prado participar pela primeira vez da Mostra Meia Ponta, do 32º Festival de Dança de Joinville, nesta quarta-feira. Helena se apresentou nos palcos abertos, mas o do Teatro Juarez Machado foi o mais importante da carreira de bailarina iniciada aos 4 anos. De cima dele, a mineira conquistou o terceiro lugar na categoria Balé Neoclássico, com a coreografia Joia Rara.

Dos pés à cabeça adornada com uma coroa, Helena vestia branco. O gosto da menina pelo balé era transparente, tanto nas falas acompanhadas de sorrisos, quanto nas memórias da infância.

- Mamãe, já fiz quatro anos, posso ir pro balé hoje? - perguntou ainda criança, conforme lembrou a mãe, que havia explicado à menina a existência dessa regra nas escolas.

Filha de pais musicistas, música para Helena é dança de dia, de tarde, de noite. A professora confirma o interesse integral da menina. Nayara Rick é o nome da escola e da bailarina que ensinou os passos da coreografia de Helena. Depois de 19 anos dançando para uma companhia, Nayara está há uma ano como professora e tem, assim como Helena, o apoio materno incondicional.

- Sempre estive na primeira fila. Ela sempre dançava pra mim. Estarei sempre ao lado dela - contou Roneia Rick, mãe da professora.
- Ela é meu amuleto - declarou a filha.

Helena quer voltar a Joinville mais vezes, como faz a academia Sheila's Ballet, da cidade de Sorocaba, em São Paulo. Duas coreografias do grupo paulista ficaram em primeiro lugar com as coreografias Far Far Away, na categoria Sapateado, e Irish Jig, na Danças Populares. Nas duas apresentações, os bailarinos sapateiam. As irmãs Elga e Sheila Santos explicaram a diferença dos passos.

- O sapateado americano é mais descontraído. Pesa menos o sincronismo - esclareceu Elga.
- O irlandês é mais folclórico, tem menos movimentos, os braços ficam mais parados - completou Sheila.

Aos 11 anos e com mais de cinco graus de miopia e um de astigmatismo, Isabella Campanatti sapateia de óculos. É o segundo ano em que ela se apresentou pelo grupo Scheila's. Ficou mais "relaxada". O truque dos óculos? Ela pede sempre para apertar na ótica e garantiu:

- Nunca caiu.