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Itapema FM  | 18/07/2014 17h10min

Richard Rasmussen autografa livro sobre expedição na Amazônia nesta segunda-feira em Florianópolis

Biólogo e apresentador do programa Mundo Selvagem, do canal NatGeo, ficou famoso por protagonizar aventuras pela fauna e flora do planeta

Carol Macário  |  caroline.macario@diario.com.br

Maluco, corajoso ou alguém com conhecimento de causa? Richard Rasmussen tem as três qualidades bem equilibradas e acrescente à conta uma boa parcela de amor incondicional pela natureza. O biólogo brasileiro, famoso por protagonizar aventuras em meio à fauna e flora inexplorada do planeta na TV, estará segunda-feira em Florianópolis para autografar A Amazônia Selvagem, livro que mostra a expedição de Rasmussen pela floresta amazônica. A obra tem o selo da Editora Photos e imagens clicadas pelo fotógrafo Marcio Lisa. O lançamento será na Livrarias Catarinense do Beiramar Shopping.


Rasmussen e Lisa trabalham juntos desde 2011 e em junho de 2012 embarcaram para uma viagem pelos mistérios da maior floresta do mundo, a Amazônia. Foram seis meses de expedição entre os estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre e Amapá, onde eles tiveram vivência íntima com tribos indígenas e comunidades da região. Lá, Rasmussen passou até mesmo por rituais doloridos, como o das picadas de 200 formigas na tribo Saterés-Mawés.

Famoso por não temer veneno de aranha, de cobra ou de qualquer animal peçonhento ou de grande porte, Rasmussen interagiu com a peculiar e rica fauna amazônica do jeito que os telespectadores de Mundo Selvagem, do canal pago NatGeo, um dos programas que o alçou à fama, estão acostumados a ver: nada de roupas de proteção ou aparatos ao estilo Indiana Jones. Como bom brasileiro com espírito de índio, ele pega todos os bichos com a mão mesmo e ensina que conhecimento é chave para entender melhor a natureza.

A Amazônia Selvagem de Richard Rasmussen - Uma aventura na floresta pelas lentes de Marcio Lisa, de Richard Rasmussen e Marcio Lisa. Editora Photos, 248 págs., R$ 71,20

::: Agende-se

O quê: lançamento do livro A Amazônia Selvagem, bate-papo e sessão de autógrafos com Richard Rasmussen e Marcio Lisa
Quando: sgeunda-feira, 19h30
Onde: Livrarias Catarinense no Beiramar Shopping (Rua Bocaiúva, 2.468, Piso Joaquina/L2, Centro, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Informações: (48) 3271-6030

::: Confira entrevista com Richard Rasmussen:

Como foi a transição de profissões? Você era economista, largou tudo para biólogo e apresentador de TV.
Foi a decisão mais importante da minha vida e a mais acertada

Você se coloca em situações de extremo risco, em algum momento já teve medo da morte?
Da morte exatamente não, mas senti muito medo nos minutos que antecederam o ritual das formigas com os índios Saterés-Mawés, no Amazonas. Já havia passado por essa experiência outras duas vezes, e já sabia o que me esperava. É impossível esquecer a dor provocada por mais de 200 formigas tocandiras nas luvas ferroando minhas mãos.

Você parece ter absolutamente certeza do que faz, onde pisa, em como toca nos animais, como se conseguisse se comunicar com eles. Acredita que eles nos entendem?
Acredito que a postura e comunicação não verbal é determinante nesse trabalho, além do conhecimento.

Sua interação com animais peçonhentos e aparentemente perigosos é o que mais causa estranhamento e também fascínio em quem te assiste. Por que acha que as pessoas têm tanto medo e o que te dá tanta segurança para tocar nesses animais?
Conhecimento é a chave. A maioria das pessoas tem medo daquilo que não conhece, e isso muitas vezes aumenta muito o risco. Algumas pessoas questionam o fato de eu apresentar uma serpente em um programa sobre natureza, enquanto a seguro nas mãos. Eu, nos meus trabalhos, evito o show. Não sou mais corajoso que Seu Bebé (capítulo igapó, A floresta alagada) ou qualquer outro nativo da Amazônia, mas entendo que uma das formas de proteger animais como serpentes, sapos, jacarés, tubarões e aranhas é trazê-los para perto, mostrando que o medo é falta de conhecimento.

E o medo leva a atitudes radicais como a supressão daquilo que você teme, por isso matamos esses bichos sem pensar duas vezes. Nós, seres humanos, somente nos importamos com o que conhecemos. Tenho certeza de que Seu Bebé vai levar esses dias que passamos juntos em seus pensamentos para o resto da vida e vai compartilhar essa experiência com outros bravos moradores dos rios amazônicos. Tenho certeza de que alguns jovens que assistem aos nossos programas vão questionar seus pais pela forma com que tratam os animais e o planeta. Interagir com respeito, amor e conhecimento com nosso planeta e os seres vivos que aqui vivem é uma forma de cuidar e proteger.

É curioso também que você aparece descalço mesmo, ou sem roupas que te protejam a pele. Sente-se mais próximo da natureza assim?
Rsrsrs. Sim, é verdade, não gosto daquele uniforme de Indiana Jones de explorador típico. Sou brasileiro, com espirito indígena.

Já aconteceram situações inusitadas, não é? Como o nascimento de um filhotinho em sua mão, por exemplo. Como lida com isso?
Sou um privilegiado, recompensado por Deus com presentes como esses.

A Amazônia é tão misteriosa quanto fascinante. Fale mais sobre a expedição. Para quem mora no Sul a floresta amazônica fica distante até mesmo do imaginário. O que mais te fascinou?
A vida funciona em um tempo diferente na Amazônia. As estradas são os rios. A vida tem menos pressa.

Logo nas primeiras páginas de A Amazônia Selvagem você aparece passando mal com a toxina do kambô. Você sempre experimenta tudo quanto pode?
É o que meus telespectadores esperam. É o que meu trabalho pressupõe. É o que me dá prazer.

Como foi a interação com os povos indígenas da Amazônia e as comunidades de lá?
Como sempre de muita aprendizado, troca e excelente recepção. Os indígenas gostam de nossa forma de mostrá-los e como eu vibro com suas culturas. Somos sempre bem recebidos e cuidados.

O que conhece da fauna e flora de Santa Catarina? Já fez alguma expedição por aqui?
Já e muito, baleias e golfinhos em Imbituba e Garopaba e as Serras de Floresta Atlântica, com bugios, serpentes e muitos anfíbios.

::: Entrevista com Marcio Lisa

Marcio, há quanto tempo você acompanha Richard?
Fizemos nossa primeira viagem juntos em 2011: uma expedição de 2 meses em terras norte americanas dividindo um motorhome com mais 3 pessoas. De lá pra cá foram diversas viagens, vários países visitados e muitas histórias para contar.

Fotografar natureza tem suas particularidades ou não? O tipo de interação com a fauna e flora é diferente da interação com os humanos. Como aprendeu a perceber a natureza?
Fotografia de natureza requer duas coisas: paciência e um pouco mais de paciência. A natureza também não costuma dar uma segunda chance. Ou você está pronto ou não está!

Você se arrisca a tocar e pegar em todos os animais como Richard?
Não, mas muitas vezes é necessário me aproximar bastante dos bichos, principalmente quando estou trabalhando com detalhes.

Em algum momento já teve medo de se machucar?
Sim, apesar de não ter sido uma situação de risco, foi de muito medo para mim. Foi numa passarela suspensa na copa de árvores amazônicas. Não tenho problemas em descer 40 metros num mergulho, mas morro de medo de altura!

O que mudou em sua vida e maneira de ver o meio ambiente em que vive desde que começou a fotografar a natureza?
Meu principal objetivo com a fotografia sub e de natureza é poder mostrar para as pessoas como o ser humano tem sido cruel com o meio ambiente e principalmente com nossos oceanos. Com as florestas fica um pouco mais fácil de ver, afinal noticias de desmatamento, queimadas e maus tratos são mais divulgados atualmente. Agora com os oceanos, a coisa é mais velada, mais difícil de ver e tem menos divulgação... Como se peixes e tantos outros animais não merecessem o mesmo respeito que os bichos da floresta. A sobre pesca está acabando com a vida em nossos rios e oceanos. Algumas espécies de atum, tubarão e o nosso boto cor-de-rosa podem deixar de existir nos próximos anos.

DIÁRIO CATARINENSE
Marcio Lisa,Txai Studios / Divulgação

Richard Rasmussen é conhecido por interagir com animais peçonhentos e perigosos
Foto:  Marcio Lisa,Txai Studios  /  Divulgação


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