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Itapema FM  | 15/07/2014 17h12min

Programa de voluntariado da Fundação Cultural de Joinville leva aposentados a trabalhar com arte e história

São 30 vagas abertas sendo que apenas dez estão preenchidas atualmente

Rubens Herbst  |  rubens.herbst@an.com.br

É o sonho da maioria: aposentar-se após uma vida inteira de labuta e aproveitar os anos que restam de pernas para o ar, vendo o tempo passar com passeios ou um livro nas mãos. Mas às vezes o ócio tem um preço, e ele pode vir na forma de tédio ou da sensação de inutilidade.

Alguns aposentados viram na lei 4105, promulgada em março de 2000 pela Prefeitura de Joinville, a chance de voltar à ativa, mas na base da tranquilidade e em contato com artes e história.

Voluntários em unidades culturais da cidade, eles experimentam a renovação no lugar de se acharem velhos demais para novidades.

A lei que autoriza a prestação de serviços voluntários em Joinville oferece 30 vagas, quase todas preenchidas em outros tempos. Atualmente, são apenas dez lugares ocupados. Os demais fazem falta, garante Inês Evaristo, responsável pela gestão de pessoas da Fundação Cultural de Joinville (FCJ).

— Eles são de grande ajuda para os assistentes de cultura, principalmente quando há visitas de grupos grandes — afirma.

A maior concentração de voluntários (quatro) está no Museu de Arte de Joinville (MAJ), onde atua João Luis da Silva, 66 anos, no programa desde o início, em 2000. Ex-funcionário da Secretaria de Justiça e Segurança do Rio Grande do Sul, ele mal frequentava museus, mas tão logo soube do programa, prontificou-se  a ajudar - foi monitor e hoje atua na manutenção elétrica.

— Foi gratificante. A gente tem experiência de muita coisa, mas acaba aprendendo também — diz.

Quieto, Sadi Manoel Avelino tem mais dificuldades para colocar em palavras o que representa para ele ser voluntário desde 2006. Naquela época, tudo o que queria era não ficar parado.

Hoje, aos 69 anos e cedido para a Aaplaj, seu Sadi afirma que se sente mais disposto e melhor de saúde, reflexo do contato com os artistas e com os jovens que circulam pela Cidadela Cultural.

Ao contrário dos dois colegas, Josane Laura de Camargo, 55 anos, está há pouco tempo no programa (entrou em agosto) e como era professora no interior de São Paulo, tinha contato com o mundo cultural. Mas a motivação para ser voluntária foi a mesma: o desejo de não ficar parada e continuar aprendendo, de preferência, num ambiente com pessoas cultas e calmas.

Prazer junto com a atividade

Com tempo de sobra para cuidar de outros afazeres - afinal, a atividade exige apenas 20 horas semanais -, Josane diz que monitorar as exposições, atender visitantes e, eventualmente, ajudar na montagem e desmontagem das mostras é uma "responsabilidade gostosa".

O contato com os artistas também é um momento prazeroso. Silvana Meyer, 59 anos, voluntária há seis, integrou a equipe da exposição de Juarez Machado assim que passou do Museu de Imigração para o MAJ. 

— Foi maravilhoso. Aprendi muito, porque nunca tinha participado de uma montagem — conta ela, que tem facilidade de lidar com o público por ter trabalhado com vendas no passado.

— No começo, fiquei um pouco apreensiva, mas o conhecimento nos faz superar tudo.
Nivaldo Seibel colecionava duas décadas de aposentadoria quando ouviu do médico que ele precisava de uma atividade.

O próprio Nivaldo se sentia "cansado de não fazer nada". Foi quando ouviu falar do programa da FCJ, inscreveu-se e passou a conviver com um mundo com o qual tinha pouquíssimo contato - primeiro, no Museu de Imigração, e hoje, aos 79 anos, na Casa da Memória. Mas ele encontrou mais do que uma ocupação.

Não fosse pelo vontuariado, não teria se interessado por fuçar o Arquivo Histórico atrás de informações sobre os primeiros imigrantes de Joinville e, assim, descoberto fatos sobre suas próprias raízes.

Para participar

Requisitos:
Ser aposentado e maior de 50 anos.
Ter cursado o ensino fundamental.
Apresentar condições físicas e psíquicas compatíveis com as funções.
Comprometer-se com 20 horas semanais de trabalho nos locais indicados.
Observar as determinações legais e regimentais da Fundação Cultural de Joinville (FCJ) e da unidade de trabalho.

Benefícios:
Auxílio-alimentação.
Vale-transporte.
Seguro de vida.
Entrada livre em eventos promovidos pela FCJ.

Onde estão os voluntários:
Arquivo Histórico: 1
Casa da Cultura: 2
Museu de Arte de Joinville: 4
Estação da Memória: 1
Museu de Sambaqui: 1
Casa da Memória: 1

Onde procurar:
Procure o setor de gestão de pessoas da FCJ, das 8 às 14 horas. A FCJ fica junto ao Centreventos e atende pelo telefone 3433-2190.

A NOTÍCIA
Germano Rorato / Agencia RBS

Joseane de Camargo, no MAJ
Foto:  Germano Rorato  /  Agencia RBS


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