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 | 02/07/2014 12h41min

Facebook defende que estudo testou comportamento de 700 mil usuários "para melhorar serviços"

Em comunicado, a empresa diz que não coletou "informações desnecessárias dos usuários envolvidos"

Gustavo Foster  |  gustavo.foster@zerohora.com.br

O Facebook garante que manipulou o feed de notícias de quase 700 mil usuários "para melhorar os nossos serviços e para assegurar que o conteúdo visto pelas pessoas seja o mais relevante e engajador possível". A nota foi divulgada nesta terça, depois de a rede social ser criticada pelo experimento, que criou polêmica e foi questionado por especialistas. Psicólogos e professores classificaram o estudo como "anti-ético" e "condenável".

Na nota, a empresa ainda diz que não foram coletadas "informações desnecessárias dos usuários envolvidos nessas pesquisas" e que todos os dados foram "armazenados de forma segura". O texto não trata do fato não ter comunicado os usuários de que participariam de um experimento, prática condenada por especialistas, nem sobre a clareza de seus termos. O psicólogo Erick Itakura, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática (NPPI) da USP-SP, por exemplo, explica que "esse tipo de pesquisa é utilizado inclusive em terapia, mas quando você pega um grupo e não os avisa do experimento, é anti-ético".

ZH tentou contato com os três pesquisadores responsáveis pela pesquisa e com a orientadora. Susan Fiske disse que não poderia responder porque o volume de e-mails que tem recebido torna isso impossível. Mas ela garante que o estudo passou por dois crivos éticos: um pela universidade e outro pelo próprio Facebook. Os pesquisadores não responderam até a publicação da matéria.

Confira a íntegra do comunicado do Facebook:

Esta pesquisa foi conduzida durante uma semana, em 2012, e nenhum dos dados analisados foi associado a qualquer conta específica de usuário do Facebook. Realizamos pesquisas para melhorar os nossos serviços e para assegurar que o conteúdo visto pelas pessoas seja o mais relevante e engajador possível. Uma grande parte desse trabalho decorre da compreensão de como as pessoas respondem a diferentes tipos de conteúdo, seja ele positivo ou negativo no tom, se provém dos feeds de amigos ou das informações das páginas que as pessoas seguem. Avaliamos cuidadosamente as pesquisas que fazemos e este processo é permanentemente reavaliado. Não coletamos informações desnecessárias dos usuários envolvidos nessas pesquisas e todos os dados são armazenados de forma segura.

Além disso, gostaríamos de ressaltar também que:

Todas as informações são colocadas em anonimato antes de qualquer análise, não há identificação qualquer do usuário.

O estudo ajustou o ranking do feed para incluir atualizações com mais palavras positivas ou negativas mais relevantes ao usuário de acordo com seu perfil e comportamento na plataforma.

Nenhum post foi “escondido”, ele simplesmente não apareceu no feed em determinado momento. Os posts sempre estiveram visíveis na linha do tempo dos amigos e poderiam aparecer posteriormente no feed de notícias.

Quando alguém se inscreve no Facebook, sempre pedimos permissão para usar suas informações para prestar os serviços ou melhorar aqueles que já oferecemos. Sugerir que nós conduzimos uma pesquisa corporativa sem qualquer permissão do usuário é mera especulação.

Trabalhamos constantemente para melhorar nossos processos internos de revisão de estudos. Conforme mencionado anteriormente, o experimento foi realizado no início de 2012 e percorremos um longo caminho desde então. Temos agora revisões multi-funcionais desde a concepção do estudo, restrições rigorosas sobre o uso de informações que possam impactar os usuários e análise prévia à execução do estudo.

Nicholas KAMM / afp

Comunicado divulgado pelo Facebook diz que todos os dados da pesquisa foram armazenados de forma segura
Foto:  Nicholas KAMM  /  afp


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