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Itapema FM  | 23/06/2014 14h29min

Jornalista inglesa decreta o fim da tendência hipster

Especialistas indicam que a próxima febre pode ter a ver simplesmente com... ser normal

Atualizada em 24/06/2014 às 09h36min Gustavo Foster  |  gustavo.foster@zerohora.com.br

Um bigode longo, vitoriano. Óculos Ray-Ban, modelo Wayfarer, de preferência com armação preta. Camiseta com estampa irônica ou camisa xadrez. Calça skinny, apertadinha, com a barra dobrada. Talvez um sapato Oxford, sem meias? Com um fone de ouvido e um chapeuzinho, está composto o visual hipster. Se você está descobrindo essa tendência agora, você está atrasado: segundo a colunista Morwenna Ferrier, do jornal britânico The Guardian, o hipster está morto.

A jornalista defende que, em algum ponto dos últimos anos, a definição da palavra "hipster" mudou. O que era um termo para designar uma contracultura de nova-iorquinos e londrinos criativos que moravam em bairros menores acabou virando uma palavra pejorativa.

Ela reproduz uma entrevista com Chris Sanderson, "futurologista" e fundador da agência de tendências The Future Laboratory, que diz que "o hipster morreu no momento em que começamos a chamá-lo assim. Com isso, a palavra deixou de ter o mesmo significado".

O que ele quer dizer é que, quando o hipster vira tendência – ou torna-se popular –, deixa de estar à frente (o que é a definição do próprio termo). Por isso, Sanderson acredita que haja os hipsters e os proto-hipsters. O segundo tipo seria aquele das pessoas que "se afastam das normas": "Através dos anos, eles inspiraram uma nova geração de tipos urbanos jovens que transformaram a noção de hipster em uma paródia comercial malfeita. (...) Então eles se apropriaram do estilo de vida e da mentalidade dos proto-hipsters".

Ela usa a música Sunday, do rapper Earl Sweatshirt, para explicar os novos hipsters: "Você não é apaixonado por metade das merdas que você gosta". E cita o filósofo Pierre Bourdieu: "Identidade social se baseia na diferença, e diferença é afirmada contra aquilo que está mais perto, o que representa a maior ameaça". Por isso que "hipster" tornou-se a definição de algo negativo.

Mas qual é o próximo passo? Chris Sanderson acredita que "haverá uma queda na moda das calças skinny e dos cabelos longos e feminilizados nos próximos anos" e a ascensão de um "visual mais machão, próximo de uma caricatura, para que os homens reforcem suas identidades". Outra possibilidade, lembra a colunista, é a normcore. Em resumo: ser normal. De acordo com Morwenna, "uma reação à comoditização (o ato de transformar algo em mercadoria) da individualidade, à ideia de que você pode comprar unicidade em numa loja".

Vale lembrar que o Guardian já acertou quando tentou prever o futuro. Foram eles, por exemplo, que popularizaram o termo metrossexual, antes de ele se tornar a tendência que foi. E agora, será que o normcore e a masculinização do homem vão pegar? A ver.

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