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Itapema FM  | 26/05/2014 18h27min

Wagner Moura nega ter dito que "não dá mais para viver no Brasil"

Jorge Furtado, que escreveu dois textos sobre o assunto, diz que repercussão do caso foi distorcida pela imprensa para gerar polêmica

Gustavo Foster  |  gustavo.foster@zerohora.com.br

Agora virou braço de ferro. O ator Wagner Moura negou que tenha falado que "não dá mais para viver no Brasil", como o Estadão publicou em 14 de maio. Em carta ao jornal publicada na sexta-feira, Moura afirmou que "nunca disse a frase" e que "entrevistas que não são gravadas não podem conter aspas do entrevistado".

Luiz Carlos Merten – o jornalista responsável pela matéria em que está a frase desmentida nesta segunda-feira por Wagner Moura – não teria usado gravador na entrevista, segundo Moura. Merten está de férias, mas em conversa com ZH, o editor de cultura do Estadão, Ubiratan Brasil, confirmou que o jornal mantém as informações publicadas. É o mesmo que já havia sido publicado pelo periódico no dia da carta de Moura.

Jorge Furtado admite que Wagner Moura foi motivador, mas diz que crítica era ao "conservadorismo brasileiro"

Ainda na sexta-feira, o diretor Jorge Furtado se manifestou novamente sobre o assunto. No texto "Troll free – Sem trolhas (Pelo ar puro na rede!)", publicado em seu blog, ele negou que tenha respondido Wagner Moura quando escreveu que "fico triste ao ver artistas brasileiros, meus colegas, tão mal informados". Segundo ele, com matérias como a publicada por ZH em16 de maio, a "crítica à qualidade da imprensa e ao autoritarismo", que, segundo o diretor, seria o mote principal do texto e da entrevista de Moura, "desaparece, transformada numa resposta ao Wagner".

– O Wagner está criticando o conservadorismo brasileiro que carimba o ingresso quando o filme tem sexo gay (como teria acontecido em um cinema da Paraíba), isso que eu entendi. Ele está criticando isso e sai uma manchete, segundo ele distorcida, que vira uma polêmica – diz Furtado, em entrevista a ZH por telefone na segunda-feira.

Furtado admite que o estímulo para escrever o primeiro texto veio, de fato, após ler a declaração (agora negada) de Wagner Moura na coluna Contracapa, do Segundo Caderno de Zero Hora. Porém, a crítica era "geral":

– Eu não citei, não usei aspa nenhuma. Eu não sei o que o Wagner disse exatamente. Recebi a Zero Hora e, na Contracapa, tinha essa frase dele entre aspas. Na mesma semana, houve vários comentários de várias pessoas sobre isso: oNey (Matogrosso), o (Arnaldo) Jabor, o Roger (Moreira, vocalista da banda Ultraje a Rigor). O meu comentário era geral. Inclusive, nessa frase específica eu nem coloquei aspas. Como eu não vi a entrevista e sei que o Merten entrevista sem gravar, não botei aspas. Sei lá se ele disse – explicou Furtado.

O diretor explica ainda que é amigo pessoal de Wagner Moura, a quem dirigiu em 2007, em Saneamento Básico, o Filme, e que, se fosse para rebater algo, "ligaria para ele". Segundo Furtado, a polêmica foi criada pela imprensa para fugir de outros assuntos presentes no primeiro texto:

– A imprensa fica alimentando polêmicas para não discutir assuntos importantes. Por isso que eu fiz um filme sobre isso (o recém-lançado O Mercado de Notícias). Toda a primeira parte do texto é sobre a qualidade e a importância vital do bom jornalismo. Porque sem ele não tem como saber o que está acontecendo no mundo. O segundo assunto é sobre, genericamente, sem citar nome algum, a má informação de artistas variados, e não só artistas. Eu estou sugerindo naquela parte central do texto que as pessoas, antes de se manifestar sobre os assuntos, procurem se informar melhor, procurem fontes. E a terceira parte do texto é sobre a questão do Joaquim Barbosa, sobre a atuação do ministro.

ZERO HORA
Daniel Klajmic,Revista Rolling Stone Brasil / Divulgação

Wagner Moura negou as declarações, o Estadão botou a mão no fogo e Jorge Furtado explicou o que queria dizer
Foto:  Daniel Klajmic,Revista Rolling Stone Brasil  /  Divulgação


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