Pegue o balanço do samba e misture com a elegância e o improviso do jazz para imaginar a receita apresentada amanhã pelo Quinteto Rio Samba-Jazz em apresentação única em Santa Catarina, no Shopping Mueller, em Joinville. O gênero que dá nome ao grupo surgiu nos experimentais anos 1960, criando uma nova maneira de fazer música instrumental, mais ou menos na mesma leva que deu vida à bossa nova.

Agora, contando com o ritmo contagiante – ainda que não tão popular quanto seus irmãos de gênero – o grupo de músicos do Rio de Janeiro faz uma homenagem a Dorival Caymmi. O baiano famoso por suas composições teria completado 100 anos em abril de 2014.

Foi por causa desta data que a contrabaixista Bruna Buschle, o baterista Victor Bertrami, o pianista Luiz Otávio e o trompetista José Arimatéa uniram-se em um projeto de tributo ao sambista neste ano.

Colegas em outros grupos de música instrumental, para esta formação eles convidaram a cantora Daíra Saboia, já que a obra de Caymmi não podia passar sem os vocais. As apresentações começaram em Porto Alegre e agora passam por Joinville. Depois, ele pretendem começar uma agenda no Rio de Janeiro.

– A formação é mais voltada para o jazz, até porque, a partir do momento em que você coloca o piano e o trompete, não tem como fugir disso. Mas respeitamos os arranjos originais das canções, mesmo com esta mistura, com o improviso do jazz — afirma Bruna, filha de joinvilenses nascida em Curitiba e que, há um ano e meio, se divide entre as capitais do Paraná e do Rio.

Já que atualmente a mescla de ritmos não faz parte do repertório das rádios e o termo samba-jazz não entra no vocabulário da maioria das pessoas, nesta terça-feira ele será levado aonde o povo está: a apresentação do Quinteto Rio Samba-Jazz será gratuita, na praça de eventos do Shopping Mueller, fazendo parte do Projeto Momentos de Samba.

– Apesar de não ter chegado a muitos lugares, o samba-jazz é um gênero muito importante, que influenciou muitos músicos — analisa a contrabaixista.