Mergulhar no passado remoto para trazer de lá batalhas, intrigas e outras aventuras. Essa é a proposta do fazer literário de Max Mallmann, 45 anos. O gaúcho radicado no Rio, onde é roteirista de A Grande Família (RBS TV), lança mais um fruto da imersão em tempo idos: As Mil Mortes de César, segunda parte de sua saga ambientada na Roma Imperial.

O livro retoma a história do combatente Publius Desiderius Dolens, iniciada em O Centésimo em Roma (2010). O protagonista chega clandestinamente à cidade de Óstia depois de ter sido derrotado em guerra. Ele acaba topando o pacato cargo de guardião de um templo, mas logo aceita a encomenda de um assassinato e entra em novas enrascadas.

– Um pouco do meu estilo é contrabalançar a violência da época com humor, num tom que beira o absurdo – explica Mallmann.

Apesar de ter os mesmos personagens e período histórico, As Mil Mortes de César pode ser lido de modo independente de O Centésimo em Roma. A saga ficcional é construída a partir de uma aprofundada pesquisa do autor a respeito de Antiguidade Clássica, passando pela leitura de textos históricos de autores como Plutarco (45 d.C. - 120 d. C.) e Suetônio (70 d.C. - 130 d. C.) até trabalhos de pesquisadores contemporâneos como o britânico Adrian Goldsworthy.

O vagar de Dolens, no entanto, seria mais envolvente se houvesse um objetivo mais claro em sua jornada, além da sobrevivência. Mesmo assim, o livro tem personagens carismáticos e cenários tão singulares quanto verossímeis. Além da boa ambientação, As Mil Mortes de César cativa o leitor com bons diálogos, que conferem tom cômico e fazem a trama avançar com rapidez.

As Mil Mortes de César
Max Mallmann
Romance histórico, Rocco, 336 páginas, R$ 34.
Cotação: 4 de5