O ritual tinha dia e horário para acontecer: sexta-feira, às 21h, no Teatro Ademir Rosa, em Florianópolis. No cenário, um banco especial, água e um pano. O banco era daqueles de duas alturas que os violinistas usam, as muitas garrafas de água eram para amenizar o calor da apresentação e o pano vermelho era para secar o suor que vertia do rosto como para lembrar que João Bosco tem 40 anos de estrada, mas tem muito ainda para conquistar na música popular brasileira.

Depois de cinco anos sem se apresentar na Ilha, João Bosco retorna com seu show 40 Anos Depois. Ele começou o show com a música Bala com Bala. Aos poucos ele foi se soltando e revelando um setlist com as clássicas de sua carreira: Tanajura, Holofotes, Trem Bala, Odilê Odilá, Gênesis (parto), Água, Mãe Água, Nação, Incompatibilidade de Gênios, De Frente pro Crime, Mestre Sala dos Mares, entre outras músicas.

A banda era composta por João Bosco na voz e violão, Ricardo Silveira na guitarra, João Batista no baixo e Kiko Freitas na bateria. Aliás, os músicos que acompanham João Bosco são um espetáculo à parte, com uma veia instrumental moderna fortíssima. E o público curtiu não apenas batendo palmas, mas cantando junto e estalando os dedos para acompanhar os músicos.

João Bosco foi lançado nacionalmente, em 1972, depois de participar num disco compacto que tinha sua música Agnus Sei de um lado e Água de Março, de Tom Jobim, do outro lado. De lá pra cá lançou outros 26 álbuns, incluindo seu mais recente 40 Anos Depois, com participações de Milton Nascimento, Roberta Sá e Chico Buarque.