A relação entre um garoto e um peixe como paralelo do desenvolvimento individual. O curta-metragem Oto 17 tem 15 minutos de dureção, com direção de Diego Pardo, espanhol radicado na Guarda do Embaú há 10 anos. Ele foi inteiramente gravado na região e envolveu dezenas de pessoas de Palhoça, de outros pontos do Brasil e da Espanha.

O roteiro de Oto 17 foi escrito há uma década, quando o diretor espanhol Diego Álvarez Pardo, 42 anos, se mudou para o Brasil e foi parar numa pequena casa de madeira na Guarda do Embaú, litoral de Palhoça. Mal sabia ele que o ator principal nem sequer havia nascido na época.

— Tive outras chances, mas não gosto de contar uma história só por contar. Esperei a minha oportunidade, e de repente, o mundo conspirou para que o filme fosse feito — conta o diretor.

Oto 17 trata da relação entre um garoto – que se torna um adulto ao longo do filme – e seu peixe. Um filme que relaciona comédia e drama para narrar a história de evolução pessoal e de uma bonita relação entre bons amigos. Parece estranho, mas o diretor garante que o curta é baseado na história do peixinho que ele e o irmão tinham durante a infância na Espanha.

— É uma história bonita, porém não deixa de ser engraçada. Não vi ninguém que não tenha no mínimo esboçado um sorriso assistindo — conta o diretor, que traz no currículo a produção de outros dois curtas espanhóis e 15 anos de trabalhos na TV, como técnico de câmera e ator em cinco novelas espanholas.

Produção internacional

O filme foi rodado há menos de um ano. De lá pra cá, foi um longo e meticuloso trabalho de produção para deixar a peça pronta para o público: animações, sonorização, edição e, claro, promoção. O processo levou dois anos e envolveu dezenas de pessoas, duas produtoras estrangeiras conhecidas do diretor e uma de Palhoça, o grupo de teatro Bruxos da Corte.

É do Bruxos da Corte que vem a maioria dos atores do curta. Diretor do grupo, Takashi Severo ficou responsável pela direção do elenco, e as crianças são amigos de Aram. As duas produtoras de fora são de San Sebastián, cidade natal de Diego, situada no país Basco espanhol. As trilhas foram feitas pelo paulista Rodrigo Steve.

A história do filme, porém, se passa inteira na Guarda. A casa do próprio diretor é o cenário principal do filme, e os atores são em sua maioria crianças e moradores de Palhoça. Diego conhece muitos dos envolvidos há anos, mas nunca havia encontrado o momento certo de tocar a produção - até algumas questões pessoais se resolverem, ele encontrar apoio e Aram chegar à idade perfeita para o papel principal.

— Não costumo ir muito atrás de divulgação, mas esse tem uma mensagem especial. É uma lição de vida — destaca o diretor.

O filme ainda não foi disponibilizado online porque alguns festivais de cinema exigem que a peça seja inédita. Quem se interessou pode acompanhar as novidades pela página oficial do Oto 17 no Facebook, onde serão divulgadas informações como exibições públicas e participações em eventos.